Sociedade

António e Susana | Andi Wagner

O António e a Susana sentem um desejo profundo de mudança e de liberdade, já que precisam dar respostas às estruturas em que estão inseridos (trabalho, família, etc.) e que os faz viver numa “roda-viva”, que.

 

 

Mudar de vida? Não sabem como; não veem como, “afinal a vida é dura e estamos aqui para lutar. Vivemos em sociedade, precisamos trabalhar duro e há obrigações a cumprir e padrões a seguir. Não somos uma ilha. Não há o que se possa fazer!”  

 

 

Todas as pessoas que conhecem e que conseguiram algo na vida, fizeram-no com muito esforço e são-lhes exemplos. “O meu pai me ensinou e para mim é um exemplo de esforço e honestidade. Ensinou-me que na vida mais vale ser pobre a ser desonesto”. 

 

 

O Antônio e a Susana entendem que o importante na vida é fazer o bem, amar o próximo e ser humilde, tudo isso com uma grande baixa autoestima, o que significa ausência de amor por si e assim tentam compensar com um suposto “fazer o bem” e “amor ao próximo”, sem contar que o António e a Susana confundem baixa autoestima com humildade. 

 

 

Enfim, o António e a Susana construíram tudo nas suas vidas e vivem todos os dias escravizados pela necessidade de aprovação do outro, da família, religião, sociedade… 

 

 

O António e a Susana vivem em profunda frustração, tentando sempre se convencer de que as suas dores e sofrimentos são para a sua “evolução”. Por pressão alheia, normalmente subliminar, escolheram uma profissão que exercem há anos e que não os realiza. Casaram-se pelas mesmas razões. A Suzana decidiu ser mãe por acreditar que só a maternidade faz uma mulher ser completa.    

 

 

O António e a Susana querem mesmo crer que têm sorte e que tem uma vida boa, afinal o seu comportamento social, sua condição socioeconômica, seu status profissional, estão de acordo à norma.  

 

 

O António e a Susana buscam a qualidade de vida estabelecida pela sociedade em detrimento de uma vida de qualidade estabelecida por eles mesmos.  

 

 

Há momentos em que o António e a Susana gostariam de acreditar que é possível mudar e começar algo novo, mas eles creem que o que construíram os impede e que o que construíram, afinal, é algo maravilhoso: uma família, filhos, uma profissão…    

 

 

O que mudaria a vida do António e da Susana?  

 

Detectar e eliminar as suas crenças limitativas naturalizadas, principalmente, razão das suas frustrações e da sua concepção de vida, também da sua concepção de relações familiares, relações sociais, relações laborais, etc.   

 

  

Que obstáculos precisam ultrapassar para conseguir o que deseja?  

 

O texto a seguir pode responder. 

  

“Permita-se ser mal vista/o,  

Malfalada/o, mal avaliada/o!  

Permita que se enganem a seu respeito,  

que deem risadinhas pelas costas!  

Permita que julguem, que cochichem, que acreditem saber quem você é!  

Permita que a/o “olhem torto”,  

que se afastem, que a/o excluam, que ao rejeitem!  

Deixe a sua reputação cair por terra, enfrente seu maior pesadelo!  

E veja que SIM, isto acaba em morte!  

Morte desta/e que era escrava/o “dos outros”.  

E então viva, viva livre, sem medo.  

Porque os “outros” não tem mais poder sobre você.”  

 

Texto: Nina Zobarzo - Escritora e Terapeuta  

 

 

Andi Wagner 

Terapeuta – Psicanalista

 

Fotografia de Andi Wagner

 

Andi Wagner: Terapeuta de Desenvolvimento Humano e Reposicionamento Pessoal

Tem formação em Psicanálise, História e Filosofia, bem como formação superior e mestrado na área da música, realizada no Conservatório Estatal de São Petersburgo – Rússia, mais precisamente em regência de orquestra e ópera. 

O seu percurso profissional foi-se orientando cada vez mais para a compreensão do ser humano. A partir de 2007 foi cada vez mais concentrando-se em seus estudos da mente humana. 

Autor do Projeto “As Sexualidades Humanas”, criado em 2007, um projeto pessoal derevisão científica, literária e linguística, sobre as configurações das esferas que compõem a sexualidade humana: a esfera fisiológica, a esfera identitária e a esfera orientativa.  

Em 2014 abandona o Brasil e o trabalho na música, para, em Portugal, se dedicar em exclusivo aos seus estudos e investigações sobre sexualidade humana e direitos humanos e desenvolver a atividade de terapeuta (Psicanalista e Terapeuta de Desenvolvimento Humano e Reposicionamento Pessoal), atividade central em sua vida profissional. 

Nestes anos de atividades terapêuticas desenvolveu e adquiriu larga experiência na área de redefinição profissional e na área de desbloqueios mentais inconscientes impeditivos da autorealização profissional e pessoal (afetiva-relacional, emocional, etc.) 

Em 2017 dá continuidade às suas atividades de palestrante e conferencista em Portugal, já tendo realizado mais de 80 palestras e conferências em universidades, instituições e organizações portuguesas. 

Em 2018, assume a função de Educador de Pares e Técnico especializado em questões LGBTI na Casa Abrigo Arco-Íris, projeto da Associação Plano i. Ainda nesse ano desenvolve programa online de rádio sobre comportamento humano e sexualidade humana. 

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