Sociedade

Quereres | Xico Simonini

QUERERES

 

     Seriam posturas nascidas da Amizade? Bondade? Sinceridade? Não! 

 

     Aqueles altruísticos sentimentos oriundos da Alma? Coração? Razão? Não!  

 

     Aquelas posturas cobertas pelo manto da Pureza? Candura?  Doçura? Não!

 

     Aqueles elementos, daquilo tudo e tudo daquilo, que fazem das relações Mulheres/Homens… Homens/Homens… Mulheres/Mulheres… O cingir pleno, a coroação ampla, o adornar cabal do Humanismo – O Paraíso dos Paraísos! Não!

 

     Não! Pois que, nascidos e vividos na Rivalidade! Maldade! Duplicidade!  

 

     Aqueles egocêntricos sentimentos oriundos da Ganância! Especulação! Agudeza!    

 

     Aquelas posturas cobertas pelo manto da Malícia! Astúcia! Rigidez!  

 

     Elementos, daquilo tudo e tudo daquilo, que fazem das relações Mulheres/Homens… Homens/Homens… Mulheres/Mulheres… O afrouxar pleno, a fenda ampla, o buraco cabal do Humanismo – A Tragédia das Tragédias! Sim!

 

     Amizade? Bondade? Sinceridade? Alma? Coração? Razão? Pureza? Candura? Doçura? Não! 

 

     Absolutamente, não! Totalmente, não! 

 

     Eis pois, então, a explicação de tudo aquilo, até então, grafado, redigido e exarado nesta branca página, uma página branca que já está se achando! 

 

     Pois então, a Hipocrisia das Hipocrisias ou sinônimos que se quiser usar… No popular, “Cada um por si e Deus por todos.” Ópio sempre cheirado, aspirado e fungado por uma dita cuja Sociedade chapada, drogada, pirada.  Os opioídes da Galera querida, não tão querida, assim não, da minha terra querida, também não tão querida, assim não. O Titio Barbudinho tinha lá suas razões e como as tinha!

 

     Mas, deixando de lado esta ungida e sacra questão e empreendendo uma viagem até às aventuras dos ditos cujos Bandeirantes, o encontro do histórico privilégio “Farinha pouca, meu pirão primeiro.” Mas… Quá! Quá! Quá! Quá! Tá aí! Como fugir do religioso, do místico, do endeusamento? Dizem pela aí que essa tal de “Farinha pouca, meu pirão primeiro” seria o “Décimo Primeiro Mandamento.” 

 

     Triste… Trágico… Tétrico… Porém, verdade nua e crua. As pessoas somente se preocupam consigo mesmas. 

 

     O Individual esmagando o Coletivo, quando ambos, em Dialética Fusão, deveriam, de mãos dadas, o Individual se fazendo no Coletivo e o Coletivo se fazendo no Individual.  

 

     Aí, sim! Com O Paraíso dos Paraísos… Sem A Tragédia das Tragédias… A Libertação da Sociedade…

 

     Em assim sendo, caminhando, sorrindo, fruindo e seguindo, quanto mais caminha, frui, sorri e segue, a Sociedade vai se fazendo serva, serviçal e servidora do Egoísmo… Individualismo… Exclusivismo… Avalizada pelo “Cada um por si e Deus por todos”… “Farinha pouca, meu pirão primeiro!” 

 

Quero que quero, Querido,

Querendo quereres queridos.

 

Querido! Que queres?

Queira querendo quereres,

Que quiseres

 Mas, SOB MEU querer, Querido!

 

     Quereres… A fé em Deus ou Pirão primeiro formatados nas formas, formatos e feitios tais e quais os gananciosos Rendimentos… Proventos… Ganhos… Juros… Rendas… Lucros… Dividendos… Emolumentos… Prêmios…

 

     … Afinal, é, como entoaria um desses reis, sem reino, trono, coroa e cedro, cabeça fazendo de indefesos súditos: Só “quero que você me aqueça nesse inverno e que tudo o mais vá pro inferno…”

 

Fotografia de Xico Simonini

Francisco Simonini da Silva (Xico Simonini)  nasceu em Viçosa, MG, no dia 18 de novembro de 1941. Em sua cidade natal, em Belo Horizonte (MG), Florestal (MG), Pará de Minas (MG), Divinópolis (MG), Piracicaba (SP), Assis (SP), Primeiro de Maio (PR), Juiz de Fora (MG), Cataguases (MG), Ponte Nova (MG) e, recentemente em Santo Antônio de Pádua (RJ) construiu sua trajetória de professor e administrador do sistema educacional, além de marcante atuação na imprensa e na militância político-partidária. Aposentou-se como professor-adjunto na Universidade Federal de Viçosa (UFV), onde exercia suas funções no Departamento de Educação, do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Vem atuando, há mais de cinquenta anos, no sistema educacional público e privado (da educação infantil à pós-graduação), no ensino, pesquisa, extensão e administração. Por iniciativa individual ou coletiva participou da fundação de uma dezena e meia de escolas e cursos em todos os níveis. Sua trajetória é marcada por vigorosa atuação política, partidária e sindical e em campos diversos, como músico, desportista, comentarista esportivo, escritor, poeta, chargista e responsável pela publicação do semanário viçosense “Muzungu”.




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