Política

Expiação | Xico Simonini

Foto de Gabriel Rissi na Unsplash

Nunca, em tempo algum, será tarde. Sempre será possível rogar à Divina Galera querida, da minha terra querida, a absolvição, a remissão, a expiação por algum pecado cometido.

 

Pecado Venial? Pecado Capital? Pouco importa, se importa! O arrependimento do Pecador, brotado da alma, do coração, da razão receberá, sim, o aconchego do abraço carinhoso do perdão lavrado pela Divina Galera.

 

Afinal, das contas e dos contos, a Divina Galera, seja ela de que categoria for, material ou imaterial, deste mundo ou de mundo outro,  sempre foi misericordiosa, indulgente e condescendente.

 

Ah! Divina Galera! Material ou Imaterial, deste mundo querido ou  de mundo outro, também querido!

 

Tranquilidade para o Pecador ou Bode não mais Expiatório! Aquele indivíduo, da família ‘Bovídea’, seguirá firme, puro e forte em direção à eternidade. Nunca, jamais, em tempo algum, em direção do deserto, aquela região quase desabitada e quase sem vegetação, desprovida de água da chuva ou de rios, para a perversa expiação ou expiações dos Veniais ou Capitais Pecados da perversa e pecadora sociedade.

 

Portanto, pedir perdão é pedir a purificação, a depuração, a purgação para se obter passaporte com destino a uma Vida plena neste Plano ou noutro Plano de Vida.

 

Em sendo assim e assim sendo, Neste Plano ou Noutro Plano, moleza das molezas!

 

Tudo moleza, moleza… Venial ou Capital – uma e outra ungida qualquer, com as águas do Rio Jordão ou não e…. Tchan! Tchan! Tchan! Tchan! Puro como a Divina Galera quer as almas…

 

E aí? Aí? O negócio é sair pro abraço! É sair pro enlace! É sair pro amplexo!

 

Ainda que faltem ungidas ou gotas das águas do Rio Jordão, o Pecador poderá ser perdoado com uma dizimada aqui, outra dizimada  ali, coroada pelos Améns!?!? Aleluia!?!? Irmão!

 

Mas, porém, contudo, todavia, entretanto e no entanto, sempre ele, o antagonismo das Adversativas Conjunções, para complicar situações, causando constrangimentos, fazendo gerar o Espírito de Porco e seu porco questionamento:

 

E se o bolso do Pecador for um bolso já dizimado, por dizimadas outras dizimações, de ordem Política, Econômica, Social e Ecológica? Ah! Ou aquela de ordem Pastoral? Principalmente, aquelas dizimadas pelos dizimadores dos bolsos dizimados, de dizimados Pecadores.

 

Dizimação, Sim! Perversa… Feroz… Cruel.

 

Certamente, o Pecador vai se virar. Afinal, o perdão vale todo e qualquer impávido, brioso e arrojado sacrifício. Uma pernada aqui… Um espernear acolá… Uma perneada ali… O dízimo aqui nascerá!

 

Trocar a feira pela xepa… Assumir o corte d’água… Tosquiar o pão-de-cada-dia…

 

Cercear a energia elétrica… Atrasar o aluguel… Sacrificar o leite

das crianças… Até fome passar… Diversão? Nem pensar!

 

Ele consegue! Ele conseguirá! Ele vai conseguir!

 

O dízimo nascerá antes, muito antes, mesmo dos naturais nove meses. Será uma parida tiro e queda! É acertar na mosca! Será na batata!

 

O perdão vale qualquer sacrifício, Irmão! Seja Pecado Venial… Seja Pecado Capital… Material… Imaterial… Pois, no soar das finadas pisadas e dos tropeços nos Mandamentos, a Divina Galera está no comando! Tudo nas mãos da Galera Divina! Ide em paz, Irmão Bode! A Galera Divina vos acompanhará! Deus acima de todos! Xarabada, Mermão! Amém!?!? Aleluia!?!?

 

fotografia de Xico Simonini

Francisco Simonini da Silva (Xico Simonini)  nasceu em Viçosa, MG, no dia 18 de novembro de 1941. Em sua cidade natal, em Belo Horizonte (MG), Florestal (MG), Pará de Minas (MG), Divinópolis (MG), Piracicaba (SP), Assis (SP), Primeiro de Maio (PR), Juiz de Fora (MG), Cataguases (MG), Ponte Nova (MG) e, recentemente em Santo Antônio de Pádua (RJ) construiu sua trajetória de professor e administrador do sistema educacional, além de marcante atuação na imprensa e na militância político-partidária. Aposentou-se como professor-adjunto na Universidade Federal de Viçosa (UFV), onde exercia suas funções no Departamento de Educação, do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Vem atuando, há mais de cinquenta anos, no sistema educacional público e privado (da educação infantil à pós-graduação), no ensino, pesquisa, extensão e administração. Por iniciativa individual ou coletiva participou da fundação de uma dezena e meia de escolas e cursos em todos os níveis. Sua trajetória é marcada por vigorosa atuação política, partidária e sindical e em campos diversos, como músico, desportista, comentarista esportivo, escritor, poeta, chargista e responsável pela publicação do semanário viçosense “Muzungu”.

 

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