Poesia & Conto

Poemas | Lobo Bruxo

VIREI ÁGUA

As   correntes   são   MUITAS

Porém 

  São   FRÁGEIS

E   arrebentam

A   classe política

É   asquerosa

   E   é   a   maior   vergonha   UNIVERSAL

Pois     

   O   HOMEM

Ainda   não   aprendeu

A   AMAR

Não   conhece   o   AMOR

E   perdido

Em   seu   MUNDINHO   MEDÍOCRE

Escala   um   MAPA   latente

Para   o   extermínio

Da     

 Raça   HUMANA

   Em   GAIA

Reconhecer

   O   próprio   RIDÍCULO

É   crucial

Para   o   AUTOCONHECIMENTO

É   deter   o   CAOS

    

   Que    se   aproxima

O

HOMEM

Não conhece

E   nem

RESPEITA

GAIA

E   entre   os   jogos   mentais

No   duelo    

Da   ARTE   com   a   política

O

OLHAR

Está   além   da   GANÂNCIA

E   em   minha

Solitária   militância

Em    reflexões   entre   as    ROCHAS

E   a   cantoria

Dos   pássaros    na   RELVA

Com    árvores

Me   acolhendo

Escolhi

Ser

          ÁGUA

Virei água

O NADA

O    impossível

Grita 

  No   ESCURO

Dialogar

Sobre   o   NADA

Não

É   uma   referência   OFICIAL

E   nem   mesmo

Um   estudo 

    TÉCNICO    ou   ACADÊMICO

Pode   decifrá-lo

Não   é    ELE

O   NADA

Uma   sala   de   DANÇA

Ou

Uma   exposição   de    PINTURAS

No   campo   do   PENSAMENTO

ELE

Pode   até

Ser   a   DESCONSTRUÇÂO 

   Que   constrói

Ou   o    EQUÍVOCO   do    puritano

O    LIMITADO

Não   avança   este   SINAL

Pois   desconhece

Suas   FRONTEIRAS   e   sentidos

E   um   MURO    

 Se   faz   presente

Isolando   e   aprisionando

A    visão   do   LEIGO

Pois    o   DISCERNIMENTO

Neste    assunto

É   saber dialogar 

   Sobre  

  O   NADA

O    qual   está

Além   do   PENSAMENTO   COMUM

Pois   o   TEMPO

No   PENSAR

Não   existe

  Neste   “  CONFUSO “   DIÁLOGO

Até

Mesmo   os   MESTRES

Se   CONFUNDEM

Pois   é   muito 

Sutil   e   tênue

A   LINHA

Complexa   desse   PENSAMENTO

  E   o   NADA

  Prossegue

No   SILÊNCIO    

  Definir   o   impossível   no   VAZIO

É   vagar

Em   bolhas   de   SABÃO

E   escorregar 

 Em    FRAGMENTOS   invisíveis

    Que   Isolam

      O   que   não   pode   ser   DITO

 Onde    o   SILÊNCIO

Mostra   sua     

 Cara   SOMBRIA

Ou   mesmo   sua   cara   SOBERBA

É    uma   LOUCURA

E

Só    os   LOUCOS

Conhecem

Este

  Estranho    LINGUAJAR

E   seu    valor   primordial 

  No   INDIVIDUAL

Diante 

Do   NADA

Aliviando

    No   PENSADOR    em   questão

Os   IMPASSES

    Que   assolam   a   VIDA

Fortalecendo

Sua   VISÃO

Diante

Da   INUTILIDADE   das   COISAS

E

Se   o   ACASO

Não   acontecer

Ventos   PARCIAIS

Serão

Notícias   no   UNIVERSO

O   AMOR

Precisa    ser   DESCOBERTO

E   revigorado

EU   era   MENINO

E   já

Abraçava    esses    PENSAMENTOS       

As   PALAVRAS

Apenas   circulavam    e    evaporavam

E   perdiam   os   SENTIDOS

E   o   NADA

Continuava    IMBATÍVEL

E   poderoso

Em   seu   TRONO     INVISÍVEL 

No   duelo 

 Do   SILÊNCIO

Com   o   VAZIO

O   invisível 

Surgiu   do   NADA 

EU   era   um   MENINO

Sentia   esse   SILÊNCIO

    Observava   esse   VAZIO

E   buscava   em   minha   ALMA 

Uma   resposta 

E   descobri

Que

HOJE

Está   sempre   no   AGORA

O   RIO

Continua    CORRENDO

E  

 O   NADA

Permanece   IMBATÍVEL 

     Em   seu   campo   INVISÍVEL

O nada.

EUGOCÊNTRICO

EU

Sou   a   própria   FERIDA

Que   SANGRA

Fede   e   causa   NOJO

E   no   ESCURO

Que   me   cerca

EU   sou   aquele   que   TATEIA

E   seduz   os   SENTIDOS   dos   incautos

EU

Sou   uma   multidão   de   EUS

Desfilando   no   NADA

Mostrando

O   lado   PODRE

Que   descarta   o   MEDÍOCRE

E   aniquila

O   PREPOTENTE

Eu

Sou   o   DEUS   INEXISTENTE

Um   DEMÔNIO   maltrapilho

Atormentado

Por   ANJOS   ASSEXUADOS

Eu

Sou   a   DESTRUIÇÃO   do   RIDÍCULO

Sou   a   DIFERENÇA   do   igual

Aquele   que   veio

Para   te   PEGAR

EU

Não   sou    NADA

Porque    Eu

Não   EXISTO

E   assim

O   CORTEJO

Dos   elementos

Prossegue   costurando   o   POEMA

Seguir

É   PRECISO 

O   velho    VINIL   arranhado

Toca   RAY   CHARLES

A   bela   música

GEORGIA   ON   MY   MIND

 E   o    PÁSSARO

Alça

Seu   VOO

Transpondo    o   LIMITE

De

Seu   próprio   ESPAÇO

Se   É

Que   este   ESPAÇO  

 Existe

E   a   pintura   na   tela

   A   EXPRESSÃO   do   EGO

Tem   um   simbolismo   filosófico

O

“EUGOCÊNTRICO”

Ali   no meio da   multidão

Estão   todos   os   EUS

Toda   multidão

Entre   os   adultos   e   crianças

E

Próprio   Espírito   Santo

São 

  TODOS 

EU     mesmo

Seguindo   em   meu   cortejo   de   CORES

Pois 

Gostar

   e   acreditar

Em   VOCÊ    mesmo

São   os   pilares   do   CAMINHO

Eugocêntrico

TIALÉTICA BRUXA

Entre

Flores   de    CHUMBO

Ele   pinta   o   SOL

Na   parede   do   INFERNO

Onde    DEMÔNIOS   enlouquecidos

Fogem

De   suas   PARANOIAS

E

Maldades   ardentes

Acompanhados   de   suas 

  FÊMEAS   alienadas

O   ROCK

Já    não   tem   mais   IDADE

   Não   pode   parar

Os   STONES

IRON   MAIDEN   e   LEF   LEPPARD

Continuam   na   ESTRADA

A   banda   MUSE

Com   suas   GUITARRAS   e   LETRAS

Dão   o   recado

O   SONHO

Não   tem   LIMITES

A   CHINA    tá   lançando   o   5 G

É   o   MUNDO   CONECTADO

Outros   GS   surgirão   o   6, 7, 8, 9….

Nada   e   ninguém

Vai   deter   o   avanço   da   tecnologia

Mas      quando a   NOITE   CAI

O   espaço   se   abre

Em   DANÇAS   solares

E

Acrobacias    lunáticas

São   ANJOS   AZUIS

Em   janelas   sem   FIM

Com

Seus    versos    de    LIBERDADE

E     neste   RITUAL   celeste

ESTRELAS  

   Perfilam    e   dançam

No    RITMO    

 Das   BORBOLETAS

Que

Elegem   e   celebram    CORES

Que    espalham   e    explodem

Suavemente

Em   NUANCES   simbólicas

Espalhando   nos    COSMOS

Os    versos   MALDITOS

Com

Uma   DIALÉTICA   bruxa

Onde

O    AMOR

Não   escolhe

O    AMANTE

Pois   POESIA    não   tem    LIMITES

Salve   o   BLUES

Salve   B.B. KING

E

No   andar    da   CARRUAGEM

O    ROUXINOL

Com

Seu   canto   PECULIAR

Verdadeiro    XAMÃ

Das   florestas

Exalta    a    EXUBERÂNCIA

Da    MÃE   NATUREZA

Enquanto

O   CORVO

Embriagado   com   seus     LIMITES

Não   percebe

Que   os    SENTIDOS    da    VIDA

Não   se   fazem

Sem    

   As    ARTICULAÇÕES    da    ALMA

Pois

O   que   está    PERTO

Pode

Não    ser    reconhecido

 O   CORVO

Tem   a    apenas    um

VOO   RASANTE

E   não   consegue

Aproximar

Do   VOO  

 Da    ÁGUIA   REI

Em   seu

   REVOAR   entre   as   NUVENS  

Aquilo

Que   está    na   DISTÂNCIA

Não 

   Ofusca

O   EFÊMERO

E   nem

Apaga   a    INFÂMIA

Pois

ARANHAS   construtoras

Não

Tecem   TEIAS

Em

RIMAS    de   SOLIDÃO

E

Sem    

 CALENDÁRIOS

Para   destruir

Pseudos- anarquistas

Imploram    em   suas    CONTRADIÇÕES

Na   volta

Do   ANJO   CAÍDO

E

Ele   deixa   esses   VERSOS

Anunciando

A   liberdade   da   MATÉRIA

Na   lápide   do     BRUXO

Seguem   versos   de   DESPEDIDA:

A   TERRA 

 Que   te   COBRE

Afaga   seu   CORPO

Com   ternura

Entre   VERMES

Que   te   abraçam

E   devoram   carinhosamente

Sua   CARNE   FEDIDA

E   em   decomposição

Ou   o   FOGO   do   CREMATÓRIO

Poderoso    e   ARDENTE

Irá   dilacerar   e   QUEIMAR

O   seu   CORPO   INERTE

Libertando   para   sempre

Da   VIDA

Sua   DOR

  Aqui   em    GAIA 

MARIA  

    Foi    tomar   um   CAFÉ

Em    1980

JOHN   LENNON 

Morreu   pelo   que   PREGAVA

( ALL YOU  NEED  IS  LOVE )

( GIVE  PEACE  a  CHANCE )

Assassinado

Com   cinco

Tiros

Pelas   COSTAS

Pintura: “John Lennon”

O RIO QUE CORRE EM MIM

O   RIO             

Que   corre   em

    MIM

Se   chama   ILUSÃO

E   seu   sobrenome

SOLIDÃO

ELE

Atravessa    o    MURO

Que   separa

MINHA   ALMA

Das

ADVERSIDADES    MUNDANAS 

E   em    sua    trajetória

CIRCULAR

 Mesmo    no   REMANSO

Suas   ÁGUAS   inquietas

Desaguam

Em

Meu   CAMINHO

Criando   TUMULTOS

  E   erguendo   MUROS   que   separam

E   na

Dificuldade   dessa   TRAVESSIA

O   POETA

REGE    os    VERSOS

Criando

PONTES  

  Sobre    essas

 ÁGUAS   REVOLTAS

Entre   o   SILÊNCIO

Luzes   do    CREPÚSCULO

E   os   alicerces   de   SABEDORIA

Que  

 abraçam

Calorosamente

A  

  LIBERDADE    dos     SENTIDOS

E   essa   mesma     IMAGEM

Banhada   em

   Cores    SOLARES    enlouquecidas

DESAGUAM

Em

Meus   SONHOS

De

SONHADOR    compulsivo

Apresento   em   meus    VERSOS

METÁFORAS

Da

VIDA

Sou    um   POEMA   na    TANGENTE

Sou

Um   “ PALHAÇO “   do   MUNDO

Sou   um   velho   poeta

Criador   de   PONTES

Em   busca

De   TRAVESSIAS

Sim,   Nós,   os    POETAS,

Somos     TODOS

 Os   “ PALHAÇOS    do   MUNDO “ 

Buscando    TRAVESSIAS, 

Somos   os   destruidores

Do   ABSURDO

Somos

A   SOLIDÃO

No   meio   da   MULTIDÃO

Nossas   “ PIADAS “

Atravessam   os   LIMITES   da    CONSCÊNCIA

Com   a   densidade 

     EXISTENCIAL

De    uma   SINFONIA   inteligente

Que   faz 

   PENSAR

Enquanto    MENTES   comuns

Não    colorem   o   CORAÇÃO

E

Não   percebem 

  A   ESSÊNCIA 

   Do   NADA

Mesmo   porque  

  ELA   não   EXISTE

Não

Compreender  

  E   não   ter   essa   

   VISÃO

É   abrir   um   leque  

   De  

 INSANIDADE

Oculta

Na   MENTE   obscura

Bloqueada   pelo   não    PENSAR

Levantando    MUROS

E   isolando

VIDAS

E   o   PÁSSARO

Escapou

De    MÃOS   ardilosas

Cantando   CANÇÕES   para   RELVA

MARIA

Observava    de    sua   

Janela   AZUL

A  

  Destruição   dos    BIOMAS

E    o   POEMA

Segue

Edificando 

  Seus    PILARES

Descendo    ESCADAS

POLÊMICAS

Observando   a   liberdade

Dos

PÁSSAROS

Para

Escalar   os   VERSOS

Derrubando 

  MUROS

Numa

Composição    ALEATÓRIA

Pintura e fotografia de Lobo Bruxo

Fotografia de Lobo Bruxo

 

LOBO  BRUXO, nascido em  São  João Del Rei  em Minas Gerais  a ZERO HORAS  e  TRINTA  MINUTOS ( horário  BRUXO ) em 16 de  dezembro de 1948.  É  naturalista, pintor, poeta, fotógrafo  e não é NADA  também.  Mas  gosta de criar  e deixar  seu  IMAGINÁRIO  livre em suas  posturas   na  ARTE.   Tem  uma série de pinturas  singulares e um olhar  que capta   o  INVISÍVEL. Em seu acervo literário constam obras como:  O  Lobo Bruxo ( 2000 ).  A  Revolução do Pensamento ( 2002 ).  Relva Molhada  (2005 ).  A  Terapia do Equívoco ( 2008 ).  Almagarra  ( 2009).  A   Reflexão da Loucura (2012 ).  E  os  mais recentes  publicados pela Editora  Patuá:   A  Dança dos  Fetos  (2015 ), Estilingue de Versos  ( 2016 ),  Se Toca Baby ( 2017 ),  Onde Deus Errou- O Nada  (2019 ).    –contato:  lobobruxo3@gmail.com





Qual é a sua reação?

Gostei
0
Adorei
0
Sem certezas
0

Também pode gostar

Os comentários estão fechados.