

VIREI ÁGUA
As correntes são MUITAS
Porém
São FRÁGEIS
E arrebentam
A classe política
É asquerosa
E é a maior vergonha UNIVERSAL
Pois
O HOMEM
Ainda não aprendeu
A AMAR
Não conhece o AMOR
E perdido
Em seu MUNDINHO MEDÍOCRE
Escala um MAPA latente
Para o extermínio
Da
Raça HUMANA
Em GAIA
Reconhecer
O próprio RIDÍCULO
É crucial
Para o AUTOCONHECIMENTO
É deter o CAOS
Que se aproxima
O
HOMEM
Não conhece
E nem
RESPEITA
GAIA
E entre os jogos mentais
No duelo
Da ARTE com a política
O
OLHAR
Está além da GANÂNCIA
E em minha
Solitária militância
Em reflexões entre as ROCHAS
E a cantoria
Dos pássaros na RELVA
Com árvores
Me acolhendo
Escolhi
Ser
ÁGUA


Virei água
O NADA
O impossível
Grita
No ESCURO
Dialogar
Sobre o NADA
Não
É uma referência OFICIAL
E nem mesmo
Um estudo
TÉCNICO ou ACADÊMICO
Pode decifrá-lo
Não é ELE
O NADA
Uma sala de DANÇA
Ou
Uma exposição de PINTURAS
No campo do PENSAMENTO
ELE
Pode até
Ser a DESCONSTRUÇÂO
Que constrói
Ou o EQUÍVOCO do puritano
O LIMITADO
Não avança este SINAL
Pois desconhece
Suas FRONTEIRAS e sentidos
E um MURO
Se faz presente
Isolando e aprisionando
A visão do LEIGO
Pois o DISCERNIMENTO
Neste assunto
É saber dialogar
Sobre
O NADA
O qual está
Além do PENSAMENTO COMUM
Pois o TEMPO
No PENSAR
Não existe
Neste “ CONFUSO “ DIÁLOGO
Até
Mesmo os MESTRES
Se CONFUNDEM
Pois é muito
Sutil e tênue
A LINHA
Complexa desse PENSAMENTO
E o NADA
Prossegue
No SILÊNCIO
Definir o impossível no VAZIO
É vagar
Em bolhas de SABÃO
E escorregar
Em FRAGMENTOS invisíveis
Que Isolam
O que não pode ser DITO
Onde o SILÊNCIO
Mostra sua
Cara SOMBRIA
Ou mesmo sua cara SOBERBA
É uma LOUCURA
E
Só os LOUCOS
Conhecem
Este
Estranho LINGUAJAR
E seu valor primordial
No INDIVIDUAL
Diante
Do NADA
Aliviando
No PENSADOR em questão
Os IMPASSES
Que assolam a VIDA
Fortalecendo
Sua VISÃO
Diante
Da INUTILIDADE das COISAS
E
Se o ACASO
Não acontecer
Ventos PARCIAIS
Serão
Notícias no UNIVERSO
O AMOR
Precisa ser DESCOBERTO
E revigorado
EU era MENINO
E já
Abraçava esses PENSAMENTOS
As PALAVRAS
Apenas circulavam e evaporavam
E perdiam os SENTIDOS
E o NADA
Continuava IMBATÍVEL
E poderoso
Em seu TRONO INVISÍVEL
No duelo
Do SILÊNCIO
Com o VAZIO
O invisível
Surgiu do NADA
EU era um MENINO
Sentia esse SILÊNCIO
Observava esse VAZIO
E buscava em minha ALMA
Uma resposta
E descobri
Que
O
HOJE
Está sempre no AGORA
O RIO
Continua CORRENDO
E
O NADA
Permanece IMBATÍVEL
Em seu campo INVISÍVEL


O nada.
EUGOCÊNTRICO
EU
Sou a própria FERIDA
Que SANGRA
Fede e causa NOJO
E no ESCURO
Que me cerca
EU sou aquele que TATEIA
E seduz os SENTIDOS dos incautos
EU
Sou uma multidão de EUS
Desfilando no NADA
Mostrando
O lado PODRE
Que descarta o MEDÍOCRE
E aniquila
O PREPOTENTE
Eu
Sou o DEUS INEXISTENTE
Um DEMÔNIO maltrapilho
Atormentado
Por ANJOS ASSEXUADOS
Eu
Sou a DESTRUIÇÃO do RIDÍCULO
Sou a DIFERENÇA do igual
Aquele que veio
Para te PEGAR
EU
Não sou NADA
Porque Eu
Não EXISTO
E assim
O CORTEJO
Dos elementos
Prossegue costurando o POEMA
Seguir
É PRECISO
O velho VINIL arranhado
Toca RAY CHARLES
A bela música
GEORGIA ON MY MIND
E o PÁSSARO
Alça
Seu VOO
Transpondo o LIMITE
De
Seu próprio ESPAÇO
Se É
Que este ESPAÇO
Existe
E a pintura na tela
A EXPRESSÃO do EGO
Tem um simbolismo filosófico
O
“EUGOCÊNTRICO”
Ali no meio da multidão
Estão todos os EUS
Toda multidão
Entre os adultos e crianças
E
Próprio Espírito Santo
São
TODOS
EU mesmo
Seguindo em meu cortejo de CORES
Pois
Gostar
e acreditar
Em VOCÊ mesmo
São os pilares do CAMINHO


Eugocêntrico
TIALÉTICA BRUXA
Entre
Flores de CHUMBO
Ele pinta o SOL
Na parede do INFERNO
Onde DEMÔNIOS enlouquecidos
Fogem
De suas PARANOIAS
E
Maldades ardentes
Acompanhados de suas
FÊMEAS alienadas
O ROCK
Já não tem mais IDADE
Não pode parar
Os STONES
IRON MAIDEN e LEF LEPPARD
Continuam na ESTRADA
A banda MUSE
Com suas GUITARRAS e LETRAS
Dão o recado
O SONHO
Não tem LIMITES
A CHINA tá lançando o 5 G
É o MUNDO CONECTADO
Outros GS surgirão o 6, 7, 8, 9….
Nada e ninguém
Vai deter o avanço da tecnologia
Mas quando a NOITE CAI
O espaço se abre
Em DANÇAS solares
E
Acrobacias lunáticas
São ANJOS AZUIS
Em janelas sem FIM
Com
Seus versos de LIBERDADE
E neste RITUAL celeste
ESTRELAS
Perfilam e dançam
No RITMO
Das BORBOLETAS
Que
Elegem e celebram CORES
Que espalham e explodem
Suavemente
Em NUANCES simbólicas
Espalhando nos COSMOS
Os versos MALDITOS
Com
Uma DIALÉTICA bruxa
Onde
O AMOR
Não escolhe
O AMANTE
Pois POESIA não tem LIMITES
Salve o BLUES
Salve B.B. KING
E
No andar da CARRUAGEM
O ROUXINOL
Com
Seu canto PECULIAR
Verdadeiro XAMÃ
Das florestas
Exalta a EXUBERÂNCIA
Da MÃE NATUREZA
Enquanto
O CORVO
Embriagado com seus LIMITES
Não percebe
Que os SENTIDOS da VIDA
Não se fazem
Sem
As ARTICULAÇÕES da ALMA
Pois
O que está PERTO
Pode
Não ser reconhecido
O CORVO
Tem a apenas um
VOO RASANTE
E não consegue
Aproximar
Do VOO
Da ÁGUIA REI
Em seu
REVOAR entre as NUVENS
Aquilo
Que está na DISTÂNCIA
Não
Ofusca
O EFÊMERO
E nem
Apaga a INFÂMIA
Pois
ARANHAS construtoras
Não
Tecem TEIAS
Em
RIMAS de SOLIDÃO
E
Sem
CALENDÁRIOS
Para destruir
Pseudos- anarquistas
Imploram em suas CONTRADIÇÕES
Na volta
Do ANJO CAÍDO
E
Ele deixa esses VERSOS
Anunciando
A liberdade da MATÉRIA
Na lápide do BRUXO
Seguem versos de DESPEDIDA:
A TERRA
Que te COBRE
Afaga seu CORPO
Com ternura
Entre VERMES
Que te abraçam
E devoram carinhosamente
Sua CARNE FEDIDA
E em decomposição
Ou o FOGO do CREMATÓRIO
Poderoso e ARDENTE
Irá dilacerar e QUEIMAR
O seu CORPO INERTE
Libertando para sempre
Da VIDA
Sua DOR
Aqui em GAIA
MARIA
Foi tomar um CAFÉ
Em 1980
JOHN LENNON
Morreu pelo que PREGAVA
( ALL YOU NEED IS LOVE )
( GIVE PEACE a CHANCE )
Assassinado
Com cinco
Tiros
Pelas COSTAS


Pintura: “John Lennon”
O RIO QUE CORRE EM MIM
O RIO
Que corre em
MIM
Se chama ILUSÃO
E seu sobrenome
SOLIDÃO
ELE
Atravessa o MURO
Que separa
MINHA ALMA
Das
ADVERSIDADES MUNDANAS
E em sua trajetória
CIRCULAR
Mesmo no REMANSO
Suas ÁGUAS inquietas
Desaguam
Em
Meu CAMINHO
Criando TUMULTOS
E erguendo MUROS que separam
E na
Dificuldade dessa TRAVESSIA
O POETA
REGE os VERSOS
Criando
PONTES
Sobre essas
ÁGUAS REVOLTAS
Entre o SILÊNCIO
Luzes do CREPÚSCULO
E os alicerces de SABEDORIA
Que
abraçam
Calorosamente
A
LIBERDADE dos SENTIDOS
E essa mesma IMAGEM
Banhada em
Cores SOLARES enlouquecidas
DESAGUAM
Em
Meus SONHOS
De
SONHADOR compulsivo
Apresento em meus VERSOS
METÁFORAS
Da
VIDA
Sou um POEMA na TANGENTE
Sou
Um “ PALHAÇO “ do MUNDO
Sou um velho poeta
Criador de PONTES
Em busca
De TRAVESSIAS
Sim, Nós, os POETAS,
Somos TODOS
Os “ PALHAÇOS do MUNDO “
Buscando TRAVESSIAS,
Somos os destruidores
Do ABSURDO
Somos
A SOLIDÃO
No meio da MULTIDÃO
Nossas “ PIADAS “
Atravessam os LIMITES da CONSCÊNCIA
Com a densidade
EXISTENCIAL
De uma SINFONIA inteligente
Que faz
PENSAR
Enquanto MENTES comuns
Não colorem o CORAÇÃO
E
Não percebem
A ESSÊNCIA
Do NADA
Mesmo porque
ELA não EXISTE
Não
Compreender
E não ter essa
VISÃO
É abrir um leque
De
INSANIDADE
Oculta
Na MENTE obscura
Bloqueada pelo não PENSAR
Levantando MUROS
E isolando
VIDAS
E o PÁSSARO
Escapou
De MÃOS ardilosas
Cantando CANÇÕES para RELVA
MARIA
Observava de sua
Janela AZUL
A
Destruição dos BIOMAS
E o POEMA
Segue
Edificando
Seus PILARES
Descendo ESCADAS
POLÊMICAS
Observando a liberdade
Dos
PÁSSAROS
Para
Escalar os VERSOS
Derrubando
MUROS
Numa
Composição ALEATÓRIA


Pintura e fotografia de Lobo Bruxo


Fotografia de Lobo Bruxo
LOBO BRUXO, nascido em São João Del Rei em Minas Gerais a ZERO HORAS e TRINTA MINUTOS ( horário BRUXO ) em 16 de dezembro de 1948. É naturalista, pintor, poeta, fotógrafo e não é NADA também. Mas gosta de criar e deixar seu IMAGINÁRIO livre em suas posturas na ARTE. Tem uma série de pinturas singulares e um olhar que capta o INVISÍVEL. Em seu acervo literário constam obras como: O Lobo Bruxo ( 2000 ). A Revolução do Pensamento ( 2002 ). Relva Molhada (2005 ). A Terapia do Equívoco ( 2008 ). Almagarra ( 2009). A Reflexão da Loucura (2012 ). E os mais recentes publicados pela Editora Patuá: A Dança dos Fetos (2015 ), Estilingue de Versos ( 2016 ), Se Toca Baby ( 2017 ), Onde Deus Errou- O Nada (2019 ). –contato: lobobruxo3@gmail.com