Cultura

GUILHERME MANSUR, POETA: homenagem I | Mário-Alex Rosa, Carlos Ávila

foto com Affonso Ávila, Laís Corrêa de Araújo, Carlos Ávila, Angelo Marzano e Guilherme Mansur, em Ouro Preto.

GUILHERME MANSUR, POETA: homenagem

 I

 

Foto: Leandro Couri /EM

 

Guilherme Mansur, poeta brasileiro, editor e tipógrafo, nasceu em Ouro Preto, MG. Nos anos 70, atuou no movimento de “Arte Postal” e participa da “International Mail-art Exhibition” (Monza, Itália). Funda e edita a revista-saco “Poesia Livre” por nove anos.

 

Na década seguinte edita livros de poesia de Álvaro Andrade Garcia, Haroldo de Campos, Carlos Ávila, Sylvio Back, Jussara Salazar, Régis Bonvicino, Laís Corrêa de Araújo, Paulo Leminski e Alice Ruiz, entre outros. Monta o poema-instalação Sísifo.

 

Nos anos 90, edita a série de poemas-cartazes Não/Nada com vários colaboradores como Augusto de Campos e Arnaldo Antunes, entre outros. Monta o poema-instalação Quadriláxia e publica o seu primeiro livro de poesia, Os sete fôlegos (Ed. Risco do Ofício), depois reeditado sob o título Gatimanhas & Felinuras, em parceria com Haroldo de Campos (Ed. Katze Caderno). Executa por quatro anos uma série de chuvas de poesia das torres das igrejas de Ouro Preto. Faz a reforma gráfica do “Suplemento Literário de Minas Gerais” e trabalha como paginador do jornal durante oito anos. Publica a plaquete Hai-Kais, com Alice Ruiz (Ed. Cantaria). Dirige oficina de editoração no Festival de Inverno da UFMG. Monta o poema-instalação Bashôbananeira. Cria a série Bandeiras ¬– Territórios Imaginados, poemas verbo-visuais. 

 

Anos 2000. Edita a revista de fotografia Lambe-Lambe. Cria a fonte digital Verga, publicada na revista “Tupigrafia” (São Paulo). Funda e edita o jornal de arte e poesia “Amilcar”. Publica os livros Barrocobeat (Ed. Tigre do Espelho), e Bené Blake, com Dimas Guedes (Ed. Cantaria). Publica os calendários Na carta que veio de Minas / Um ósculo de óxido de ferro (2005) e Bananeiravodum (2006), com Nair de Paula Soares. Cria “Alfacine”, série de alfabetos reunindo fontes digitais e cinema.

 

Tem poemas publicados em diversas revistas e jornais literários, entre os quais “Suplemento Literário de Minas Gerais”, “Mais” (Folha de S.Paulo), “Folhinha” (Folha de S.Paulo), jornal “Nicolau” (Curitiba), revista “Bric-a-Brac” (Brasília), revista “ETC” (Curitiba), revista “Olhar” (Universidade São Carlos) etc.

 

Fonte da biografia: http://www.dubolsinho.com.br

 

*

 

Se a prensa pensa, o poeta sonha

 

Mário-Alex Rosa

 

No Brasil alguns poetas fora do circuito literário dos grandes centros constroem suas obras assim quase que discretamente. Um dos exemplos mais distintos é o poeta ouro-pretano Guilherme Mansur, que desde os anos 70 vem criando trabalhos notáveis, seja os seus livros, poemas visuais e objetos, seja as antigas edições da Tipografia do Fundo de Ouro Preto. Editora que publicou com primor gráfico poetas como Affonso Ávila, Laís Correa, Júlio Castañon, Carlos Ávila, Haroldo de Campos, Leminski.  Um poema composto na página em branco por Guilherme é louvar o todo de um poema. Como disse Drummond, “louvados sejam os tipógrafos e impressores da pequena tiragem. São maníacos suaves, que restauram uma tradição, ilustre, servindo ao progresso das letras” (“Imagens de Artesão – Fora da Vitrine”, crônica publicada em 1955).

 

E é nesses sete visuais publicados agora na revista “Zunái” que podemos ver, ainda que virtualmente, a relação tátil-visual que Guilherme sempre manteve com as letras, os tipos móveis, enfim, com as artes gráficas. São visuais de épocas diferentes, com recursos técnicos e materiais distintos, inclusive na forma de cada um, mas em todos a LETRA aparece como princípio de tudo. Se a prensa pensa, o poeta sonha.

 

*

 

foto com Affonso Ávila, Laís Corrêa de Araújo, Carlos Ávila, Angelo Marzano e Guilherme Mansur, em Ouro Preto.

 

TIPOESIA LIVRE

 

Carlos Ávila

 

Falar sobre o ouro-pretano Guilherme Mansur (1958/2023), recém-falecido, é também falar sobre os vários Guilhermes: há o poeta, o tipógrafo/editor, o artista gráfico e/ou plástico, o designer virtual… Todos eles convivem na figura de Guilherme, na verdade, um inventor livre que, independente de suportes ou materiais – indo do papel à pedra, signo máximo de sua barroca cidade natal –, realizou uma obra múltipla, cheia de surpresas e muita criatividade.

 

Entre as primeiras atividades de Guilherme é necessário destacar a marcante (e já histórica) publicação “Poesia Livre” – que ele editava com alguns amigos. Tratava-se de um “saquinho de poesia” – sim, aqueles saquinhos de papel pardo usados, em geral, pelas padarias – com folhas soltas abrigando os poemas de colaboradores, não só de Minas, mas de todo o país. O primeiro número da série de saquinhos foi lançado em 1977; o último circulou na “primavera de 1985” (data que consta na frente do saquinho). Na verdade, os saquinhos se transformaram em envelopes, que eram remetidos via correio para toda parte, numa transação poética intensa entre “bandos de bardos”.

 

capa do livro “Área de risco”, de Carlos Ávila (criação de Guilherme Mansur)

 

Entre 77 e 85 (período de muita efervescência, com a gradativa redemocratização do país e o surgimento de novos artistas e poetas; época da chamada produção independente), a publicação foi se tornando conhecida nacionalmente e aumentando a sua circulação. Chegou a incluir também entrevistas, além dos poemas, com nomes como Affonso Ávila e Paulo Leminski. Era um veículo que abrigava uma diversidade de direções e dicções poéticas, unidas pela liberdade de linguagem e pela experimentação (havia espaço para marginais e construtivos, líricos e anti-líricos). Aqui e ali, em vários números, despontavam os primeiros poemas de Guilherme também.

 

As edições eram impressas na Gráfica Ouro Preto, da família de Guilherme, localizada na Rua João Batista Fortes, 50. O fato de a família possuir esse empreendimento familiarizou Guilherme, desde cedo, com tipos, prensas e máquinas impressoras. “Poesia Livre” tinha a batuta e a artesania gráfica do então jovem poeta ouro-pretano que, em breve, estaria expandindo suas atividades também para o campo editorial, com as incipientes Edições Poesia Livre. Em 1979, por exemplo, Guilherme lançou, no mesmo formato e suporte (o famoso saquinho pardo), “Artistas de Ouro Preto”, com textos do jornalista e crítico de artes plásticas (depois também Prefeito da cidade) Angelo Oswaldo. Ali foram reunidos escritos de Angelo sobre diversos artistas, entre eles, Fani Bracher e Jorge dos Anjos.

 

Estava aí o embrião da série de publicações que Guilherme editaria mais adiante, já sob a chancela da Gráfica do Fundo de Ouro Preto, espaço encravado na “cidade obra-de-arte” (como Otto Maria Carpeaux classificou Ouro Preto: “as igrejas e esculturas são admiráveis, mas a maior obra de arte é a própria cidade”;  para Carpeaux ela pode ser mencionada ao lado de Bruges, Ravena, Toledo e Assis). Pode-se considerá-la também uma espécie de cidade-instalação, para usar uma das categorias da arte contemporânea, pelo seu “todo” que envolve e seduz quem a penetra – pé no chão e cabeça nas nuvens.   

 

Poema visual “Tabititotem”, de Guilherme Mansur

 

Ouro Preto – barrocolírica terra de poetas: dos inconfidentes do século 18 aos independentes do século 20, reunidos em “Poesia Livre”, entre eles, o nosso criativo Guilherme. Ouro Preto, imã de Minas, que atraiu e ainda atrai poetas de toda parte; cidade cantante e cantada em bocas e becos, em vozes e versos: desde os sonetos de Cláudio Manuel e as liras de Gonzaga; passando pelos poemas dos Guimarães – família de poetas, com destaque para Bernardo, o romântico-satírico do Alto das Cabeças (autor do “Elixir do Pajé”), e Alphonsus, o simbolista-lírico que viveu na vizinha Mariana; pelos famosíssimos sonetos parnasianos de Bilac (“Vila Rica”) e Raimundo Corrêa (“Saudade”); até chegar aos diversos poemas com temática ouro-pretana dos modernistas Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Drummond, Emílio Moura e Henriqueta Lisboa; e, posteriormente, a versos como os de Vinicius de Moraes em “O menino morto pelas ladeiras de Ouro Preto” e de Bueno de Rivera em “Aranha de Vila Rica”; culminando nos fundamentais e clássicos livros-poemas de Cecília Meireles (“O Romanceiro da Inconfidência”), Murilo Mendes (“Contemplação de Ouro Preto”) e Affonso Ávila (“Cantaria Barroca”).

 

Poema manuscrito “Uma volta”, de Guilherme Mansur.

 

Impregnado, desde jovem, pelo ambiente da cidade-monumento, cenário do sonho de liberdade dos Inconfidentes – utopia e poesia a um só tempo; espaço urbano que registra e expõe a arte maior de um Aleijadinho e de um Ataíde, ícones da criatividade brasileira, Guilherme tornou-se uma figura referencial para a poesia e as artes visuais não só de Minas, mas de todo o país. Começou a editar seus próprios livros de poemas: o belo e artesanal “Gatimanhas e Felinuras”, com tipos móveis e papel artesanal, numa inusitada parceria com Haroldo de Campos – também um amante de gatos como Baudelaire e Eliot, Guimarães Rosa e Drummond; o curioso e inventivo “Haicavalígrafos”, edição-envelope com folhas soltas, juntando seus poemas/recriações de haicais de Bashô a imagens de “cavalos quase ideogramas escritos a pinceladas” pelo pintor Takaoca (1909/1978), na parede do Bar Toffolo, em Ouro Preto (fotografadas por Ana Alvarenga); ou ainda o surpreendente e límpido álbum “Bahia Baleia”, unindo verbal (novamente haicais) e visual (“deZENhos”, linhas e traços estilizados superpostos ao texto), evocando as baleias jubartes, observadas poeticamente numa viagem a Ponta do Apaga Fogo, Arraial d’Ajuda). Guilherme é autor também de um divertido livro infantojuvenil, “Bichos Tipográficos” (que saiu pela Editora Dubolsinho), que ele define assim: “uma leitura através da tipografia das características de alguns bichos. Aqui, as letras exploram os sons, os corpos e o jeito de “se virar” de cada bicho”. Trata-se de um livrinho instigante, lúdico e lírico a um só tempo, capaz de encantar as crianças (e mesmo os adultos!), com suas cores e formas variadas.

 

Afora seus próprios trabalhos, Guilherme lançou também pela sua tipografia/editora ouro-pretana livros de diversos autores: de Haroldo de Campos, além do já citado “Gatimanhas e Felinuras”, “Finismundo” e “Escritos sobre Jade” (este último com “transcriações” de poesia clássica chinesa); de Paulo Leminski e Alice Ruiz, “Hai-tropikai”; de Laís Corrêa de Araújo, “Decurso de Prazo”, “Pé de Página” e “Caderno de Traduções”; do cineasta Sylvio Back, “Caderno Erótico” e “Yndio do Brasil”; de Carlos Ávila, “Sinal de Menos”; de Josely Vianna Baptista e Luli Miranda, os três Cadernos da Ameríndia (com traduções de poesia e mitos indígenas, como o mbyá-guarani): “Neblina Vivificante”, “Soninho com pios de periquitos ao fundo” e “O Amor entre os Nivacle”; de Júlio Castañon Guimarães, “Dois poemas estrangeiros”; do poeta norte-americano Michael Palmer, “Passagens” (em tradução de Régis Bonvicino) e, finalmente, “A Guerra de Carlos Scliar”, com desenhos do importante artista plástico, realizados na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, quando ele integrou a Força Expedicionária Brasileira – FEB. Uma ou outra edição pode estar ausente desta lista; mencionei apenas exemplares que localizei, rapidamente, em minha biblioteca. 

 

A criatividade e a sensibilidade de Guilherme nunca estiveram presas apenas aos livros, sempre foram além deles; o poeta/artista usou os mais diversos meios e suportes. Criou logomarcas, postais, gravuras, poemas-cartazes, folders e até volantes (folhetos de cores variadas que são lançados de torres de igrejas em Ouro Preto, nas suas já famosas “chuvas de poesia”); concebeu e diagramou jornais e revistas; realizou peças gráficas em vários formatos; fotos, projeções e vídeos; capas e ilustrações para livros etc. Chegou por fim ao objeto, à escultura e às instalações, participando de exposições em várias cidades do país. Atualmente, atua com desenvoltura criativa no campo digital, explorando os recursos computadorizados, integrando imagem, cor, som e movimento.  

 

Nos anos 1990, quando assumi, a convite da então Secretária de Cultura, Berenice Menegale, a editoria do “Suplemento Literário de Minas Gerais”, chamei Guilherme para reestruturar graficamente a publicação e diagramar as edições: foram quatro bons anos de parceria que resultaram, inclusive, em reconhecimento nacional (finalista no Prêmio Multicultural Estadão, então realizado pelo jornal “O Estado de São Paulo”). Relembro aqui, sobretudo, o “Suplemento” especial que fizemos sobre Ouro Preto, com uma seleção de textos (em prosa e verso) de grandes autores, mineiros ou não, sobre a cidade, acompanhados por fotos das pedras das ruas (elemento básico no urbanismo e na arquitetura local) e muros realizadas por Maurício Andrés. Uma charmosa capa cartonada, em preto e dourado, encadernava as páginas dessa edição especial, que foi lançada no tradicional Festival de Inverno.

 

Quando trabalhei na Rede Minas de Televisão, na área de conteúdo (integrando um Núcleo de Criação com outros companheiros), levei para a interprogramação da emissora a série “Bandeiras – territórios imaginários” de Guilherme: flâmulas multicoloridas fundindo sempre bandeiras de dois países diversos, resultando visualmente numa nova bandeira, que ganhava também um novo nome e um lema-poema; por exemplo: “Canadópia” (Canadá + Etiópia – Congelar a fome); ou ainda: “Alemarões (Alemanha + Camarões – Despretar o preto. Desbrancar o branco). Há nessas criações de Guilherme humor e crítica social, além de um atraente jogo visual. O Setor de Arte da emissora animou essas bandeiras, criando peças nas quais os elementos geométricos e as cores das bandeiras ganham movimento, com uma sonorização algo jazzística. Foi editado também pela Rede Minas/ Secretaria de Cultura/MG um álbum com as bandeiras inventadas por Guilherme (acompanhado por um DVD com as animações), para o qual escrevi um “poema-estandarte” como apresentação, associando o nome de Guilherme ao do seu xará Apollinaire (1880/1918) – o importante poeta francês criador dos caligramas e pioneiro da poesia visual:

 

bandeiras

se entrecruzando

(sem eira nem beira)

fustões

tremulando

(fusões e confusões)

pendões

da esperança

(multicolorida)

e do desesperanto

nos títulos-legendas

 

*

 

bandeiras

dando bandeira

(cor & humor)

transfiguradas

no trapézio

verbivisual

da poesia

(sempre) livre

de guillaume

apollinaire

Mansur

 

Conviver e dialogar com Guilherme, um grande artista e amigo querido, por todos esses anos, foi um privilégio e uma alegria constante para mim. Seu trabalho, múltiplo e diversificado – mixando/atritando verbal e visual –, ainda necessita ser mais bem conhecido pelo público e reconhecido pela crítica. Em matéria publicada na “Folha de São Paulo” (13/7/2014) sobre o Gráfico Amador (a pioneira editora artesanal de Recife, da qual fez parte o importante designer Aloísio Magalhães), o trabalho editorial-tipográfico de Guilherme foi destacado por Vanderley Mendonça, o editor do selo Demônio Negro, que vem realizando livros primorosos, também dentro de um padrão artesanal. Seguem suas palavras: “O Gráfico Amador fechou as portas em 1961, mas sua excelência gráfica e editorial continuou em mãos de editores-tipógrafos notáveis, como Guilherme Mansur e Cleber Teixeira, exímio tipógrafo morto no ano passado”. 

 

Cleber, que criou a Editora Noa Noa, primeiro no Rio e depois em Santa Catarina, já teve seu belo trabalho estudado e registrado no imprescindível volume “Editores Artesanais Brasileiros”, da pesquisadora Gisela Creni (editado pela Autêntica), no qual ela cataloga e analisa os diversos editores artesanais brasileiros, suas obras cuidadas e raras, já de saída, em razão das pequenas tiragens. Ali estão registradas e relatadas as atividades editoriais do Livro Inconsútil (saídas da prensa artesanal do poeta João Cabral de Melo Neto, em Barcelona, na Espanha), da Philobiblion, da Hipocampo, da Dinamene, do Gráfico Amador e da citada Noa Noa. Infelizmente, a autora do estudo não chegou até à Gráfica do Fundo de Ouro Preto, de Guilherme. Sua história e seus títulos merecem também registro e estudo dos especialistas e amantes das artes gráficas. 

 

Em 2018, saiu o livro “Guilherme Mansur”, de Simone Homem de Mello – volume nove da coleção Editando o editor (Edusp + Ed. Laboratório Com-Arte) – um trabalho cuidadoso e competente, dando conta de toda a trajetória do poeta-editor. Trata-se de obra referencial, inclusive com fotos, reprodução de capas e páginas de publicações e, ao final, um índice (ou lista) dos trabalhos realizados por Guilherme. O prefácio é de Jerusa Pires Ferreira.

 

Mas talvez só mesmo um amplo livro de artista daria conta de toda a variada atividade criativa do “tipoeta” ouro-pretano (termo cunhado por Haroldo de Campos para definir Guilherme), de todas as artimanhas e invencionices bem-humoradas do nosso Guillaume barroco-construtivo, um fabbro, um artífice da palavra-imagem, uma figura única no cenário da poesia e da arte contemporânea.  

 

Fotografia de Mário-Alex Rosa

 

Fotografia de Carlos Ávila

 

Guilherme Mansur: 

Poeta, editor e tipógrafo, nasceu em Ouro Preto, MG.

Nos anos 70, atuou no movimento de “Arte Postal” e participa da “International Mail-art Exhibition” (Monza, Itália). Funda e edita a revista-saco “Poesia Livre” por nove anos.

Na década seguinte, edita livros de poesia de Álvaro Andrade Garcia, Haroldo de Campos, Carlos Ávila, Sylvio Back, Jussara Salazar, Régis Bonvicino, Laís Corrêa de Araújo, Paulo Leminski e Alice Ruiz, entre outros. Monta o poema-instalação Sísifo.

Nos anos 90, edita a série de poemas-cartazes Não/Nada com vários colaboradores como Augusto de Campos e Arnaldo Antunes, entre outros. Monta o poema-instalação Quadriláxia e publica o seu primeiro livro de poesia, Os sete fôlegos (Ed. Risco do Ofício), depois reeditado sob o título Gatimanhas & Felinuras, em parceria com Haroldo de Campos (Ed. Katze Caderno). Executa por quatro anos uma série de chuvas de poesia das torres das igrejas de Ouro Preto. Faz a reforma gráfica do “Suplemento Literário de Minas Gerais” e trabalha como paginador do jornal durante oito anos. Publica a plaquete Hai-Kais, com Alice Ruiz (Ed. Cantaria). Dirige oficina de editoração no Festival de Inverno da UFMG. Monta o poema-instalação Bashôbananeira. Cria a série Bandeiras ¬– Territórios Imaginados, poemas verbo-visuais. 

Anos 2000. Edita a revista de fotografia “Lambe-Lambe”. Cria a fonte digital Verga, publicada na revista “Tupigrafia” (São Paulo). Funda e edita o jornal de arte e poesia “Amilcar”. Publica os livros Barrocobeat (Ed. Tigre do Espelho), e Bené Blake, com Dimas Guedes (Ed. Cantaria). Publica os calendários Na carta que veio de Minas / Um ósculo de óxido de ferro (2005) e Bananeiravodum (2006), com Nair de Paula Soares. Cria “Alfacine”, série de alfabetos reunindo fontes digitais e cinema.

Tem poemas publicados em diversas revistas e jornais literários, entre os quais “Suplemento Literário de Minas Gerais”, “Mais” (Folha de S.Paulo), “Folhinha” (Folha de S.Paulo), jornal “Nicolau” (Curitiba), revista “Bric-a-Brac” (Brasília), revista “ETC” (Curitiba), revista “Olhar” (Universidade São Carlos) etc.

(Fonte da biografia: Editora Dubolsinho)

Mário Alex Rosa: Poeta brasileiro, editor, artista plástico e crítico literário. Nasceu em São João del-Rei, em Minas Gerais, e é radicado em Belo Horizonte. Licenciado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto. Universidade de São Paulo, Doutor em Literatura Brasileira também pela USP. É autor de livros infantis, entre eles, ABC futebol clube (Editora Aletria, 2015), Formigas (Cosac Naify, 2013); dos livros de poesia Ouro Preto (Editora Scriptum, 2012) e Via Férrea (Editora Cosac Naify, 2013). É editor na editora Scriptum — BH e da coleção Lição de coisas — Tipografia do Zé — Belo Horizonte.

Carlos Ávila: poeta e jornalista brasileiro nascido em Belo Horizonte, Minas Gerais. Publicou poesia: Aqui & Agora ( Edições Dubolso, 1981), Sinal de Menos (Tipografia do Fundo de Ouro Preto, 1989), Bissexto Sentido (SP, Ed. Perspectiva, 1999 – Coleção Signos), Área de Risco (SP, Lumme Editor, 2012) e Anexo de Ecos (BH, Edições Poliedro, 2017); um volume de crítica: Poesia pensada (RJ, Ed. 7Letras, 2004) e o infanto-juvenil Bri Bri no Canto do Parque (SP, Ed. Scipione, 2012). Publicou também quatro plaquetes: LOA aos pequenos lábios (Brasília, Edições Civilização Arcaica, 1999), Obstáculos (BH, Memória Gráfica, outono de 2004), Azul & verde (BH, Tipografia do Zé, 2017) e Poemas/Viagens (Londrina, Galileu Edições, 2019).

Foi editor das revistas I (BH, 1977) e Duas Palavras (BH, Biblioteca Pública Estadual, 1984-85). Trabalhou na Editoria de Pesquisa do jornal Estado de Minas e em assessorias de comunicação; foi colunista do Diário de Minas e colaborador do Hoje em Dia. Colaborou também com poemas, ensaios e resenhas em publicações como Poesia em Greve, Qorpo Estranho, Muda, Código, Folha de S.Paulo, Nicolau, Atlas, 34 Letras, Bric-a-Brac, Revista da USP, O Tempo, Inimigo Rumor, Jornal da Tarde, CULT, Et Cetera, Coyote, Sibila etc. Participou de diversos encontros e seminários, como Artes e Ofícios da Poesia (São Paulo, 1990), A Palavra Poética na América Latina (São Paulo, 1990), Festival de Inverno da UFMG (Belo Horizonte, 1991), Perhappiness (Curitiba, 1992), 30 Anos da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda (Belo Horizonte, 1993), Poesia 96 (São Paulo, 1996), O Veículo da Poesia encontro de periódicos literários (São Paulo, 1998), Literatura de Viagem (Tiradentes, 1999), 2o Seminário de Arte (Escola Guignard, Belo Horizonte, 2000), Geração 80/90 (Itaú Cultural, Belo Horizonte, 2002) etc. Escreveu textos para publicidade, projetos culturais e apresentações de artistas plásticos; um poema para o filme O Poeta no Viaduto, de Helvécio Ratton, e um poema para o espetáculo multimídia Concerto para Curvas, Sinos e Anjos, do videomaker Éder Santos e do músico Paulo Santos. Participou do CD-ROM da Folha de S.Paulo (edição de 1998) lendo seu poema “Baudelaire sob o sol” e do projeto Arte no Ônibus com o poema-cartaz “Bus” (Belo Horizonte, 2001).

            Publicou em antologias no Brasil, e tem textos traduzidos no México, Estados Unidos e França, foi um dos poetas selecionados e publicados no volume Nothing The Sun Could Not Explain (20 Contemporary Brazilian Poets) — editado pela Sun & Moon Press (USA, Los Angeles, 1997; 2. ed.: 2003). Foi incluído, recentemente, na “Anthologie Internationale de Poésie Contemporaine – poesie intraitable” (França, Le Presses du Réel, 2022), em tradução de Inês Oseki-Dépré.  Publicou em revistas brasileiras e na espanhola Sena em 2001. Foi editor do Suplemento Literário de Minas Gerais, 



Qual é a sua reação?

Gostei
0
Adorei
1
Sem certezas
0

Também pode gostar

Os comentários estão fechados.

More in:Cultura