Poesia & Conto

Poemas | Fernando Naporano

Todavia A Praia Morria; Ao Enfim Do Sim

 

Todos os conteúdos se despiram em um verde suspiro;

imagino qual rito, (im)preciso,  fez sussurar o Mito, ˜˜˜

digo : jamais, capataz, decifrei a luz do sussurro,,,,,,,,,,,,

urro ao mar Aval ou Sal de resposta ______  ?   ______

grossa, cigana do imaginário, se revela a vela da Dor,,,,

ardor do fel no ato do soluço                ()           do adeus

 

adeus tão teu, assim, sem mais saída, todo Meu (((   )))

deu nisso : tanto lixo no tal conteúdo despido –            –

isso, mais que muito-isso, a Dissipação Mítica >>>>>>>

fictícia foi a maneira que eu te amei,,,,,,,,,,………,,,,,,,,,,,,

criei em mim a areia, a vaia da Perdição (:) ++++++++ ,

ação da facção de deuses que me condenaram (˜˜!˜˜)

 

aprovaram tudo aquilo que se vai sem ter um Fim

quando a Praia morria, dizia sem assim dizer, Sim.

                

Da Grécia : Grinalda, Puta & Cinzas

 

Era eu a zorra “”de teu espelho partido,

ferido, Narciso, caia da aura do sentido;

desfiro o poema morto sem nunca ter nascido

Resisto ao estoico destino nunca, pois, vivido

isso! Deixei, aquilo-esquilo, sim, virar Mito

Pirro-Sísifo, personagem de ti, vírus descabido

partido-espelho : zorra, em espanhol, traduzido

 

                            Da Alemanha : A Travessia

 

Se por destino ou própria culpa

fiz que não li essa frase de Goethe;

segui na terra das tormentas, a ementa

do rio sem água, dos poços de argila

da areia cega ou doutrina sem crina;

o entrevero do vazio é Ser sem o vazio

 

por isso, a culpa, oh trapézio do destino.

 

            Da Rússia : Subterrâneo, Submissão & Salitre

 

Contigo fui Deus e isso não foi pouco

ao além de todas as perdas, os fantasmas,/

plasmas, abas, asmas do que não ficou;

restou a lamparina, toda de si, escapou > >

 

em nossa vida não havia mais nada a se ver

ser a rotina da persiana, ui-ah, bile e sina

torpor-alma tentando escapar de Dostoiévski

o remorso por ter sido mais uma Anna Karenina

 

 

               Da Inglaterra : Keats, Hospício Em Alto Mar

 

Espuma aberta, enlaçada em sirenes

ventres de Fanny Brown doidos de sede

prece-pressa dos casulos afogados

libados ziguezagues de petróleo-chama

ama, ¡ , perfeita escuma-humana da loucura

 

 

                       Resumo De Quando A Praia Morria,

                                     Sem Dizer Mais Nada.

 

Estou existindo como se não mais

estivesse vivendo

Estou vivendo como se não mais

estivesse existindo

 

O proceso do tempo é uma escultura

de metais entrelaçados

O processo de metais entrelaçados

é uma escultura do tempo

 

Resta-me contemplar essa arte desgraçada

sem mais chorar as perdas

Resta-me contemplar sem chorar perdas

essa arte desgraçada,

 

esses metais entrelaçados,

essa escultura do tempo

que se tornou minha Liberdade,

a Idade Do Vazio No Infinito.

 

Fotografia de Fernando Naporano

 

Sol em Peixes, ascendente em Escorpião, Fernando Naporano registra sua existência em tempo elástico. Escreve poesia desde a infância. Tem  dez livros publicados em países como Espanha, Portugal e Inglaterra. É músico, jornalista e professor. Publicou críticas, ensaios e entrevistas nos maiores veículos da mídia brasileira por 25 anos. Executou vários trabalhos em rádios, televisão e companhias discográficas. Também pilotou a cultuada banda Maria Angélica Não Mora Mais Aqui com a qual gravou três Lps. Sem raízes, cidadão do mundo, já viveu em Los Angeles, Madrid, Lisboa, Lanzarote e Londres.

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