Política

Dizimando | Xico Simonini

Ontem, como hoje… Hoje, como ontem… 

 

     Dizimadores dizimando bolsos dizimados, de dizimados dizimistas, de dizimadas consciências… Dizimação Material, Imaterial dizimação… 

 

     Deus, Ó Deus! Onde estás? Em que ares? Em que águas? Em que terras? Em que céus? Tu Te encontras? Hoje, como ontem, cadê o chicote? Cadê a chibata? Cadê o açoite? 

 

     Eles estavam no Templo… Eles ainda estão no Templo…

 

     Traficantes eméritos de Aves… Animais… Moedas… 

 

     Verdadeira baderna, barafunda, balbúrdia. 

 

     Habilidosos traficantes, profissionais trapaceiros auferindo polpudos haveres e carnudas vantagens. 

 

     Edifício do Templo – Três pátios: Dos Sacerdotes… Dos Homens… Das Mulheres. Rodeando esses Pátios, grande espaço, o Pátio dos Gentios…

 

     E o Divino Mestre neste Pátio adentrou… Chicote em punho… Chibata em apego… Açoite em agarro… 

 

     E o coro no lombo comeu e cantou, papou e rangou, assoviou e solfejou. E, ainda brabo da vida, segundo João 2:15 e 16, ordena: “Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” 

 

     E o tempo passa… Voa o tempo… O tempo corre… 

 

     A História se repete, como dizia Titio Marx, “a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”. 

 

     A primeira vez, a tragédia das Aves, dos Animais, das Moedas… A segunda vez, a farsa da ungida Caneta, do Feijão consagrado, da untada Vassoura, do Tijolo abençoado, da purificada Água, do Escambau a quatro bolinado.

 

     Ontem, como hoje, “Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores”, alertava Mateus 7:15-20.

 

     Dizimadores dizimando bolsos dizimados, de dizimados dizimistas, de dizimadas consciências… Dizimação Material, Imaterial Dizimação… E, de Dizimação em Dizimação Material ou Imaterial, segue o Amém!?!? Aleluia!?!? Mermão!!!

 

     Pastora Deputada manda matar o marido, filho adotivo, pastor, ex-namorado da filha. Legítima suruba gospel. Fuzarcas e forrobodós de fazer inveja aos filmes “Gang Bang”, produzidas no Vale de San Fernando, na Califórnia. Mas… Deus no comando! 

 

     Presidente da CNBB declarou ser crime hediondo o aborto na menina estuprada de dez anos e Evangélicos classificaram a mesma menina de bandida. Mas… Um crime hediondo e menina bandida… Em nome de Deus!

 

     Padre Católico, formado em Teologia da Moral, era extorquido pelo amante, acusado de apropriação indébita, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Mas… Deus sabe o que faz!      

 

     Pastor compra Ferrari de 600 mil afirmando ser presente de Deus. Mas… Deus é misericordioso! 

 

     Dezenas de fuzis, pertencentes a dezenas de fiéis ungidos, para a defesa de suas ungidas famílias. Mas… Faça a sua parte, Deus fará a Dele!

 

     E, de dizimação em dizimação, seja ela Material ou Imaterial, o ungido pensamento, este sim, abençoado pensamento de Geraldo Rom Rom, limitado física e mentalmente, além de fanho: 

 

     – Rom Rom, você não vai ao culto? 

 

     – Euu? Cuulto? Nããoo! Pastor só fica Uê… Uê… Uê… Num tem trango… Num tem tutu-ejão… Num tem carronada… Cuulto, nããoo! Pastor só Uê… Uê… Uê… I… I… Só ofereceno uns treco tipo ólio, caneta, semente, vassora, dizeno tudo binzido e pidino dinhero… Falano curano doença… Ah! E ispantando demônio…

 

     – Pois então, Rom Rom!  Ontem, como hoje… Hoje, como ontem… Amém!?!? Aleluia!?!? Irmão Rom Rom!!!! Você, na sua limitação e Mateus, no dele 7:15-20, cobertos de razão!!!

Francisco Simonini da Silva (Xico Simonini)  nasceu em Viçosa, MG, no dia 18 de novembro de 1941. Em sua cidade natal, em Belo Horizonte (MG), Florestal (MG), Pará de Minas (MG), Divinópolis (MG), Piracicaba (SP), Assis (SP), Primeiro de Maio (PR), Juiz de Fora (MG), Cataguases (MG), Ponte Nova (MG) e, recentemente em Santo Antônio de Pádua (RJ) construiu sua trajetória de professor e administrador do sistema educacional, além de marcante atuação na imprensa e na militância político-partidária. Aposentou-se como professor-adjunto na Universidade Federal de Viçosa (UFV), onde exercia suas funções no Departamento de Educação, do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Vem atuando, há mais de cinquenta anos, no sistema educacional público e privado (da educação infantil à pós-graduação), no ensino, pesquisa, extensão e administração. Por iniciativa individual ou coletiva participou da fundação de uma dezena e meia de escolas e cursos em todos os níveis. Sua trajetória é marcada por vigorosa atuação política, partidária e sindical e em campos diversos, como músico, desportista, comentarista esportivo, escritor, poeta, chargista e responsável pela publicação do semanário viçosense “Muzungu”.

 

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