Poesia & Conto

Horizontes distantes | Paulo Landeck

Fotografia de Paulo Landeck, “Em sangue”

 

 

São horizontes distantes. 

Brevidade lascada  

– um punhal, – 

se navego altas horas 

longe de mim. 

 

horizontes distantes 

assim-assim, 

quando róscida caligrafia 

sonda textura disforme,  

espelhada  

nas férreas vigias. 

 

E desvanece lá longe 

poderoso trovão, 

denunciando fulgor, 

ecos sem fim. 

  

Compêndio da distância, 

só   

por horizontes! 

Indiferente, se crepúsculo renuncia 

qualquer bonança. 

 

Rasgado lusco-fusco 

céu em sangue  

eu não temo (e tu?), 

é sabido, mar sereno nunca fez bom marinheiro. 

 

Fotografia de Paulo Landeck

 

Paulo Osório da Silva Landeck nasceu em 78, na Grande Lisboa. Cresceu na vida urbana da periferia. Pós-graduado em Ecoturismo. Observador de espécies marinhas, guia, marinheiro. Vagabundo do mar e sonhador profissional. Sentiu-se forçado a escrever na areia da praia, depois de varado entre conchas de ostras. Colabora com diversas publicações. Espera publicar o seu primeiro livro brevemente, pela Poética Edições, por antecipação das incertezas da enchente.



Qual é a sua reação?

Gostei
1
Adorei
10
Sem certezas
0

Também pode gostar

Os comentários estão fechados.