São horizontes distantes.
Brevidade lascada
– um punhal, –
se navego altas horas
longe de mim.
horizontes distantes
assim-assim,
quando róscida caligrafia
sonda textura disforme,
espelhada
nas férreas vigias.
E desvanece lá longe
poderoso trovão,
denunciando fulgor,
ecos sem fim.
Compêndio da distância,
só
por horizontes!
Indiferente, se crepúsculo renuncia
qualquer bonança.
Rasgado lusco-fusco
céu em sangue
eu não temo (e tu?),
é sabido, mar sereno nunca fez bom marinheiro.
Paulo Osório da Silva Landeck nasceu em 78, na Grande Lisboa. Cresceu na vida urbana da periferia. Pós-graduado em Ecoturismo. Observador de espécies marinhas, guia, marinheiro. Vagabundo do mar e sonhador profissional. Sentiu-se forçado a escrever na areia da praia, depois de varado entre conchas de ostras. Colabora com diversas publicações. Espera publicar o seu primeiro livro brevemente, pela Poética Edições, por antecipação das incertezas da enchente.