Cultura

A Filosofia é minha mãe | Vítor Burity da Silva

Resumo

Este artigo pretende mostrar que a filosofia é minha mãe em muitos aspetos. Para isso, exploro algumas relações possíveis entre a filosofia e as ciências, e também entre a filosofia e a minha própria existência. Defendo que a filosofia é uma mãe geradora, carinhosa, educadora e inspiradora. É uma mãe generativa porque deu origem a várias ciências que se tornaram autónomas e independentes dela. É mãe cuidadora porque se preocupa com as ciências, acompanha o seu desenvolvimento, dialoga com elas, questiona os seus fundamentos, avalia os seus resultados, aponta os seus limites e sugere novas perspetivas. É uma mãe educadora porque contribui para a minha formação intelectual, moral e cidadã. É uma mãe inspiradora porque me inspira a procurar o sentido da minha existência, a expressar a minha criatividade, a realizar os meus sonhos e a viver com paixão. Sou grato à filosofia por ser minha mãe. Sou grato à minha mãe por me ensinar a filosofar. Sou grato à vida por me permitir ser um filho da filosofia e da minha mãe.

Palavras-chave: Filosofia; Ciência; Educação; Inspiração; Mãe.

  • A filosofia é a minha mãe

 

A filosofia é uma atividade intelectual que procura compreender a realidade, o conhecimento, a moral, a arte, a política e outros temas fundamentais para a vida humana. A filosofia é considerada por muitos como a mãe de todas as ciências, pois foi dela que surgiram as primeiras formas de investigação racional e crítica do mundo1.

 

Mas será que a filosofia é apenas uma mãe geradora de outras disciplinas? Ou ela também é uma mãe carinhosa, sedutora e inspiradora para seus filhos? Neste artigo, explorarei algumas relações possíveis entre a filosofia e as ciências, e também entre a filosofia e a nossa própria existência.

  • A filosofia como mãe geradora

 

A filosofia nasceu na Grécia antiga, no século VI a.C., com os chamados pré-socráticos, que foram os primeiros pensadores a questionar as explicações mitológicas e religiosas sobre a origem e a natureza das coisas. Eles procuraram encontrar um princípio racional e universal que explicasse a diversidade e a mudança do mundo físico. Este princípio foi chamado arché, que significa origem, fonte ou causa.

 

Os pré-socráticos foram os pioneiros da física, astronomia, matemática, biologia, geografia e outras ciências naturais. Foram também os primeiros a utilizar o método dedutivo, que consiste em tirar conclusões lógicas a partir de premissas gerais. Por exemplo, Tales de Mileto, considerado o primeiro filósofo da história, usou este método para prever um eclipse solar em 585 a.C.

 

A filosofia continuou a gerar outras ciências ao longo da história. No século XVII, por exemplo, Descartes foi um dos fundadores da geometria analítica e da mecânica racional. No século XVIII, Kant foi um dos precursores da antropologia e da psicologia. No século XIX, Marx foi um dos criadores da sociologia e da economia. No século XX, Wittgenstein foi um dos influenciadores da lógica matemática e da linguística.

 

Assim, podemos dizer que a filosofia é uma mãe geradora porque deu origem a várias ciências que se tornaram autônomas e independentes dela. A filosofia foi capaz de fertilizar diferentes campos do conhecimento com suas ideias, métodos e problemas.

  • Filosofia como mãe carinhosa

 

Mas será que a filosofia se limita a gerar outras ciências e depois se afastar delas? Será que não tem mais nada a ver com eles? Será que ela não tem mais nada para lhes oferecer? Não me parece. Penso que a filosofia é também uma mãe carinhosa das ciências.

 

O que quero dizer com isso? Quero dizer que a filosofia se preocupa com as ciências, acompanha seu desenvolvimento, dialoga com elas, questiona seus fundamentos, avalia seus resultados, aponta seus limites e sugere novas perspetivas.

 

A filosofia preocupa-se com as ciências porque reconhece o seu valor para o avanço do conhecimento humano e para o bem-estar da humanidade. A filosofia acompanha o desenvolvimento das ciências porque está atenta às suas descobertas, às suas teorias, às suas aplicações e às suas implicações. A filosofia dialoga com as ciências porque procura estabelecer uma comunicação crítica e construtiva entre os diferentes saberes.

 

A filosofia questiona os fundamentos das ciências porque procura compreender seus pressupostos lógicos, epistemológicos, ontológicos e éticos. A filosofia avalia os resultados das ciências porque analisa suas consequências práticas, sociais, culturais e ambientais. A filosofia aponta os limites das ciências porque reconhece que elas não podem responder a todas as questões que nos interessam como seres humanos. A filosofia sugere novas perspetivas para as ciências porque propõe novas formas de pensar e agir diante dos desafios do nosso tempo.

 

Assim, podemos dizer que a filosofia é uma mãe carinhosa das ciências, pois mantém com elas uma relação de interesse, acompanhamento, diálogo, questionamento, avaliação, apontamento e sugestão.

  • A filosofia como mãe educadora

 

Além de ser uma mãe geradora e atenciosa das ciências, a filosofia é também uma mãe educadora dos seres humanos. O que quero dizer com isso? Quero dizer que a filosofia contribui para a formação intelectual, moral e cidadã das pessoas.

 

A filosofia contribui para a formação intelectual das pessoas porque estimula o desenvolvimento do pensamento crítico, criativo e reflexivo. A filosofia ensina-nos a questionar as nossas próprias opiniões, a procurar argumentos racionais, a analisar diferentes pontos de vista, a alargar os nossos horizontes culturais e a procurar a verdade.

 

A filosofia contribui para a formação moral das pessoas porque nos ajuda a compreender os valores que orientam as nossas ações, a avaliar as consequências éticas das nossas escolhas, a reconhecer os nossos deveres e direitos, a respeitar a dignidade humana e a promover a justiça.

 

A filosofia contribui para a formação cívica das pessoas porque nos encoraja a participar ativamente na vida social, política e cultural da nossa comunidade. A filosofia faz-nos pensar nos problemas coletivos, nas formas de organização da sociedade, nos ideais de democracia e liberdade, nos desafios da sustentabilidade e da diversidade.

 

Assim, podemos dizer que a filosofia é uma mãe educadora do ser humano, pois nos oferece ferramentas para o nosso crescimento pessoal e social.

  • A filosofia como mãe inspiradora

 

Por último, quero dizer que a filosofia é também uma mãe inspiradora dos seres humanos. O que quero dizer com isso? Quero dizer que a filosofia nos inspira a buscar o sentido de nossa existência, a expressar nossa criatividade, a realizar nossos sonhos e a viver com paixão.

 

A filosofia inspira-nos a procurar o sentido da nossa existência porque nos convida a refletir sobre as questões mais profundas e universais que nos afligem: quem somos? De onde viemos? Para onde estamos a ir? O que é bom? O que é o mal? O que é o belo? O que é o amor? O que é a felicidade?

 

A filosofia inspira-nos a expressar a nossa criatividade porque nos estimula a usar a nossa imaginação, a inventar novas possibilidades, a explorar novas formas de expressão artística, literária e científica. A filosofia mostra-nos que não há limites para o nosso potencial criativo.

 

A filosofia inspira-nos a realizar os nossos sonhos porque nos encoraja a seguir os nossos ideais, a superar os nossos obstáculos, a transformar a nossa realidade. A filosofia nos mostra que não há sonhos impossíveis para quem tem coragem e determinação.

 

A filosofia inspira-nos a viver com paixão porque nos faz sentir o prazer de aprender, de descobrir, de experimentar, de admirar. A filosofia faz-nos sentir o amor pela vida, pela sabedoria, pela humanidade. A filosofia faz-nos sentir que a vida vale a pena ser vivida.

 

Assim, podemos dizer que a filosofia é uma mãe inspiradora do ser humano porque nos dá razões para viver com sentido, com criatividade, com realização e com paixão.

  • Conclusão

 

Neste artigo, tentei mostrar que a filosofia é minha mãe de várias maneiras. Ela é minha mãe generativa porque me deu à luz como um ser pensante e curioso. Ela é minha mãe carinhosa porque se preocupa com meu conhecimento e meu bem-estar. Ela é minha mãe educadora porque contribui para a minha formação intelectual, moral e cidadã. Ela é minha mãe inspiradora porque me inspira a buscar o sentido da minha existência, a expressar minha criatividade, a realizar meus sonhos e a viver com paixão.

 

Sou grato à filosofia por ser minha mãe. Sou grato à minha mãe por me ensinar a filosofar. Sou grato à vida por me permitir ser um filho da filosofia e da minha mãe.

 

Notas

 

1https://www.bing.com/search?q=como+melhorar+um+artigo+cient%C3%ADfico&toWww=1&redig=2A2962E19FA2479D8F1E6C940442F7B3

 

Bibliografia

 

Livro:

 

CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 14. ed. São Paulo: Ática, 2010.

 

Artigo de revista:

 

PEREIRA, Maurício Gomes. Dez passos para produzir um artigo científico de sucesso. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 26, n. 3, p. 661-664, jul./set. 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742017000300023.

 

Sítio:

A FILOSOFIA É A MÃE. Disponível em: https://www.youtube.com/c/FILOSOFIA%C3%89AM%C3%83E. Acesso em: 15 jan. 2022.

 

Fotografia de Vítor Burity da Silva

 

Vítor Burity da Silva, natural do Huambo, Angola, a 28 de Dezembro de 1961. Professor Honorário; Doutor Honorário em Literatura; Ph.D em Filosofia das Ciências.

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