“Eu sou eu e minha circunstância, e se não salvo a ela, não me
salvo a mim.”
ORTEGA Y GASSET
Johann Wolfgang von Goethe escreveu um dia, de gigante para gigante: “Napoleão é um resumo do mundo. Sua vida foi a vida de um semideus. Pode dizer-se que para ele a luz que ilumina o espírito não se apagou um só instante; eis porque seu destino teve esse esplendor que o mundo não vira antes dele e talvez não veja mais depois dele.”1 Esta ode goetheana celebrou, prefigurando Gueorgui Plekhanov, o papel do indivíduo na história2, plenamente destacado, acrescente-se, nada obstante o significado dos impessoais atores coletivos, segundo a dinâmica determinada e determinante das estruturas sociais. Todavia, a luminescência do retrato de Bonaparte por Goethe pintado, não pode permitir o olvido de que o aspecto da presença do indivíduo na história contempla não somente a claridade, mas também o nevoeiro e a escuridão.
O cenário, o personagem e a circunstância: eis a trindade a configurar uma chave explicativa, em sua interação dinâmica, de todo e qualquer episódio da história da humanidade. O suposto em questão alcança, por consequência, tanto o Maranhão, quanto o Brasil. E envolve, de maneira pretérita e lógica, Portugal, descrito por António Sérgio como definido por dois regimes territoriais – o do Norte, minifundiário; o do Sul, latifundiário – contrastados pelo cosmopolitismo da burguesia litorânea, beneficiária do entrecho portuário e mercantil da Europa, de Norte a Sul.3 Segundo o emérito ensaísta em questão, do século X para frente, em contradita à ocupação sarracena do Mar Mediterrâneo, advinda do século VII, cidades talássicas e hanseáticas renasceram na Itália, em Flandres, isto é, na Bélgica e na França, na Inglaterra e na Holanda, desembocando em Portugal, logo a caminho do Oriente.4 Os conflitos lusitanos com Castela estavam presentes e não eram triviais os desafios de concertação entre o Rei, o Clero, a Nobreza, as Cortes e o Povo, com o Poder Central avançando sobre os poderes relapsos dos solares da terra, porém, em contrapartida, inaugurando o parasitismo nobiliárquico comunitário de Estado.5
Sim. Centralismo, bolsa, indústria naval, política de transporte, conquista do além mar e o fascínio do comércio das especiarias, dividido entre o Mercado e o Estado. E o advento, sob a revolução de 1383 – 1385, do Mestre de Avis, D. João.6 Entre Atoleiros (6 de abril de 1384) e Aljubarrota (14 de agosto de 1385), os novos ventos sopraram na história portuguesa, com o declínio da cavalaria e a ascensão da burguesia7, cuja revolução econômica tornaria técnico o Renascimento Lusitano, levando à navegação a longa distância, ao chamado ciclo dos descobrimentos e à formação do fenômeno do mercantilismo. Registre-se, por oportuno, que na batalha de Aljubarrota Nuno Álvares, que lutava em favor de D. João I, combatendo os castelhanos, já se encontrava “assistido pelo bom conselho dos ingleses auxiliares,”8 quando da conquista da Independência de Portugal.9
Vasco da Gama foi herdeiro de Gil de Eanes, que ultrapassou o Bojador e de Bartolomeu Dias, o qual trespassou o Tormentoso, redesignado pelo Rei D. João como Cabo da Boa Esperança.10 As rendilhadas aquisições portuguesas – Ceuta, Açores, Madeira, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, e Angola, no Oceano Atlântico, e no Oceano Índico, Moçambique – prepararam o encontro com Ogané, o Preste João das Indias11, decisivo para a consumação do sonho lusitano secular. Ao partir de Lisboa, Vasco da Gama pervagou a Ilha da Madeira, as Ilhas Canárias, as Ilhas de Cabo Verde, a Costa da Guiné, o Cabo da Boa Esperança, a Costa de Sofala, à frente de Madagascar, Mombaça e Malinde, no Quênia, a Costa de Mogadício, na Somália, de onde atingiu Calicute, na Índia12, segundo a rota histórica de 1497. Goa, Damão, Diu, Salsete, Bombiam e Baçaim constituíram possessões portuguesas na Índia, de onde partiram os lusitanos para o mar sem fim do Ceilão, de Macau, na China e do Timor13, formando o primeiro império global na aurora da modernidade.
Tornara-se o mar sem fim, como cantou Fernando Pessoa, português. As espécies, ou especiarias, – cravo da Índia, noz moscada, açafrão da terra, canela em pó, camomila, canela em rama, gengibre, cúrcuma, cominho, pimenta do reino, coentro, alcaçuz, anis estrelado, sementes de funcho, pimenta fagara, pimenta do reino preta, vinagre, sal moshio e, entre outros, gergelim preto – vieram do Oriente para o Ocidente, realizando uma revolução no comércio e na culinária. Em sua busca, houve aquilo designado por Damião Peres como a penetração do Oceano Pacífico, levando a fome de especiarias lusitana da Indonésia à Austrália, da China ao Japão14. Da Europa para a África, a Ásia, a Oceânia, a América, exceção feita à Antártica, que só seria descoberto em 1820 pelo navegante russo, Fabian Gottlieb Thadeus von Bellingshausen, Portugal espraiou a sua presença em todos os continentes conhecidos, merecendo os versos egrégios de Luís de Camões:
“Mas, entanto que cegos e sedentos
andais de vosso sangue, ó gente insana,
não faltarão cristãos atrevimentos
nesta pequena Casa Lusitana;
de África tem marítimos assentos;
é na Ásia mais que todas soberana;
na quarta parte nova os campos ara;
e, se mais Mundo houvera, lá chegara.”15
Duas possantes ondas civilizatórias, nos sentidos materiais e espirituais, destinaram-se à Península Ibérica – a árabe e a judaica – e pesaram nos destinos de Portugal e da Espanha. Da ciência mais avançada à proativa energia econômica, mouros e judeus personificaram enclaves de modernidade, passíveis de constituírem chaves explicativas, quer para a afirmação de Dom Henrique, o Navegador16, quer para a ambição da Invencível Armada. Ambas as sociedades, entretanto, foram marcadas por dualidades, com a reversão à tradição extirpando o moderno, tornando Portugal e Espanha, expulsos da Península Ibérica árabes e judeus, territórios da Contra-Reforma e símbolos da antimodernidade. Ao Portugal entrelaçado e influenciado por Castela, António Sérgio vislumbrou como definido pela “coincidência ilógica de uma grande preponderância da atividade comercial-marítima e do acanhado absolutismo de uma monarquia fanática, perseguidora de hereges e de judeus.”17 Era a perdição do mar, do comércio e do destino, transfigurado o protagonismo hegemônico em perduradoura decadência, cantada por Luís de Camões:
“Nô-mais, Musa, nô-mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e da rudeza
Dua austera, apaga e vil tristeza.”18
As relações entre Portugal e Inglaterra antecedem, em muito, o Tratado de Windsor, firmado em 1373, pois no longínquo ano de 1147, Dom Afonso Henriques dominou tanto Santarém, quanto Lisboa, sob o amparo do braço bélico dos ingleses. O Tratado dos Panos e Vinhos, de 1703 e o Tratado de Cooperação e Amizade, de 1810, de subordinação econômica de Portugal à Inglaterra, com efeito, têm antigas raízes históricas, sempre com um preço a pagar, de empréstimos sobre empréstimos, fausto e parasitismo, transposição da riqueza d’além mar, proteção contra Napoleão Bonaparte e a abertura dos portos às nações amigas… A pretexto de vender vinhos e comprar tecidos, Portugal sucumbiu aos interesses imperiais da Inglaterra,19 como um império colonial subjugado, periférico entre os poderes cêntricos.
A rigor, ninguém foi potência hegemônica na história da humanidade, ou pretendeu sé-lo, com ou sem sucesso, destituído de poderio marítimo. Recorde-se, na antiguidade clássica, Atenas e Roma; no mundo medieval, o Império Bizantino, Veneza e os turcos; e, na construção da modernidade, os embates navais entre a Espanha, a Holanda e a Inglaterra. A tecnologia de guerra marítima, com submarinos, torpedeiros, cruzadores, sistema de defesa antimísseis, mísseis guiados, porta-aviões e sequestro de sistema de rastreamento de navios, entre outros aspectos, revela como a revolução do navio canhoneiro se transformou em um grão de areia no mar oceano. Ao conjugar, em seu violento protetorado absolutista, força, guerra e sangue em águas profundas, Oliver Cromwell terminou consagrado “como o fundador do Império Britânico.”20 Na guerra dos Sete Anos (1756 – 1763), em mais uma contenda entre a Inglaterra e a França, principalmente, sem o olvido da Monarquia de Habsburgo, Saxônia, Império Russo, Espanha e Império Sueco, com esta e de Portugal, o Eleitorado de Hanôver e o Reino da Prússia, juntos àquela, a síntese revelou a cultura reinante no ambiente belicoso: “A administração da marinha inglesa por essa época era corrupta.”21 E os antagonistas? Eis a resposta: “os franceses, porém, eram ainda piores.”22 Sublinhe-se que Portugal secundava a Inglaterra, seguindo o acessório o principal.
Como, em certo sentido, a Inglaterra colonizara o colonizador português, avocou para si um presença vantajosa no negócio do tráfico negreiro, em particular, da África para o Mundo Novo.23 O Tratado de Methuen garantiu aos ingleses, sujeitos ocultos no ciclo do ouro no Brasil, a recepção da riqueza mineral que Portugal, explorando-a, perdera a capacidade de retenção, em virtude de sua dependência econômica. A escolta a Dom João VI, fugitivo de Napoleão Bonaparte, à Inglaterra garantiu a esmagadora presença no mercado brasileiro, uma vez abertos os portos, por suposto, à mais amiga das nações amigas… Quando da Independência do Brasil, no 7 de setembro de 1822, Portugal exigiu indenização, acordada no Tratado de Paz e Aliança, de 29 de agosto de 1825, e adimplida em moeda inglesa – dois milhões de libras esterlinas – tomando o empréstimo na City of London. E no Segundo Reinado – 23 de julho de 1840 a 15 de novembro de 1889 – a política de melhoramentos realizou a concessão de serviços públicos a empresas privadas estrangeiras, as inglesas à frente, com financiamento das casas bancárias londrinas, a que a família de Nathan Rothschild, estabelecido naquela praça, não foi estranha: portos, trens, bondes, água, esgoto, iluminação, telégrafos, ordenamento urbano etc, como esclareceu Ignácio Rangel.24 De mais a mais, as referências de cama, mesa e banho, vestuário, mobiliário, usos e costumes eram inglesas, dispondo os súditos da Coroa, segundo Gilberto Freyre, de cemitérios, igrejas, hospitais, escolas, bibliotecas, bairros e privilégios judiciais no Brasil.25
Jamais houve, em quaisquer tempos, bondosos colonizadores com propósitos humanitários. Com o mundo criado pelos portugueses, sob tutela dos ingleses, inventores da antropologia racialista, não foi diferente. Assistia razão a João Francisco Lisboa nos debates travados, em especial, com Francisco Adolfo de Varnhagen e sua História Geral do Brasil, cuja concepção falseadora foi contestada, por meio de duas vozes emblemáticas, a do Bispo José Joaquim da Cunha Azevedo Coutinho, Inquisidor do Reino, portanto, do Tribunal do Santo Ofício e a do Bispo de Chiapas, Bartolomé de Las Casas, fundador dos direitos humanos modernos, ambos dissecados pelo Timon Maranhense, de clássica, esclarecida e humanística consciência:
“ENTRETANTO, QUANDO TRATA DE AZEREDO COUTINHO O SEU TOM É MUI DIVERSO. ESTE ESCRITOR, OU ALVITRISTA POLÍTICO COMO LHE ELE CHAMA, NÃO SE LIMITOU A PUGNAR PELA CONSERVAÇÃO DA ESCRAVIDÃO EXISTENTE, COMO UM MAL NECESSÁRIO, E NO INTUITO DE EVITAR MALES MAIORES, SEGUNDO PRETENDE O MESMO AUTOR (P. 286. T. 2º). SE TAL HOUVERA FEITO, DARIA SIMPLESMENTE UMA PROVA DE PRUDÊNCIA E DE BOM SENSO, PELA QUAL CONTUDO NÃO VALIA A PENA LEVANTAR-LHE ESTÁTUAS E ENTOAR-LHE HINOS TÃO ESTREPITOSOS. MAS O QUE ELE FEZ FOI COISA MUITO DIFERENTE. SÓ PORQUE, PELOS FINS DO SÉCULO PASSADO, SE COMEÇOU A AGITAR NO PARLAMENTO BRITÂNICO A ABOLIÇÃO DO TRÁFICO, ESSE PRELADO CATÓLICO, QUE DEVIA DAR O EXEMPLO DE CARIDADE, E A QUEM, EM TAL ÉPOCA, JÁ OS ANTIGOS PREJUÍZOS NÃO PODIAM SERVIR DE ESCUSA, OU POR DELIBERAÇÃO PRÓPRIA, OU MAIS PROVAVELMENTE PORQUE O SEU ZELO FOSSE EXCITADO PELO GOVERNO, A QUEM SERVIA, PUBLICOU NÃO SÓ A FAVOR DO PRINCÍPIO DA ESCRAVIDÃO, COMO DA EFETIVA CONTINUAÇÃO DO TRÁFICO AFRICANO, UM OPÚSCULO, VERTIDO DEPOIS EM FRANCÊS, CUJOS ARGUMENTOS FARIAM HONRA AO MAIS DURO E CALEJADO TRAFICANTE DE CARNE HUMANA. E FÊ-LO DE ÂNIMO ESPAÇOSO E SOSSEGADO, SEM TER, COMO LAS CASAS, A DESCULPA DA CEGUEIRA E DOS ARREBATAMENTOS QUE GERA UMA LUTA ARDENTE E APAIXONADA.
PARA ESTA CONTRADIÇÃO FLAGRANTE NO JULGAR OS DOIS FATORES DO TRÁFICO, NÃO ATINAMOS COM OUTRA RAZÃO A NÃO SER QUE LAS CASAS, AO PECADO VENIAL DE DEFENDER O TRÁFICO AFRICANO COM AZEREDO COUTINHO, JUNTOU O PECADO CAPITAL DE PUGNAR PELA LIBERDADE DOS INDÍGENAS. DE RESTO, SEMPRE QUE SE TRATAR DA RAÇA NEGRA E ÍNDIA, TEREMOS QUE REPRODUZIDA UMA CONTRADIÇÃO SEMELHANTE.
O NOSSO AUTOR DIZ TAMBÉM QUE AZEREDO COUTINHO FOI GRANDE ADVOGADO DA INDÚSTRIA E DO COMÉRCIO DO BRASIL. É POSSÍVEL; MAS O QUE SABEMOS E LEMOS FOI QUE ELE ACONSELHOU E JUSTIFICOU A MEMORÁVEL DESTRUIÇÃO DE TODAS AS NOSSAS FÁBRICAS DECRETADA PELO GOVERNO PORTUGUÊS, E DEPOIS MUDOU DE LINGUAGEM, BEM COM VISÍVEL EMBARAÇO QUANDO O RESPECTIVO DECRETO FOI REVOGADO. PARECIA UM DESSES PUBLICISTAS EM DISPONIBILIDADE, QUE ESCREVEM AO SABOR DAS CORTES, E SERIA QUANDO MUITO UM GRANDE PATRIOTA PORTUGUÊS, BRASILEIRO CERTAMENTE NÃO. TAL É ENTRETANTO A PREDILEÇÃO DO AUTOR PARA COM ELE QUE CHEGA A DAR-LHE A PRIMAZIA SOBRE SILVA LISBOA, E SOBRE OS ANDRADAS! MAS NÃO SERÁ AO MENOS DESTES HOMENS EMINENTES, CÉLEBRES POR DIVERSOS TÍTULOS, E VERDADEIRAMENTE POPULARES, QUE SE PODERÁ COM JUSTIÇA DIZER QUE NÃO FIZERAM MAIS QUE PÔR OS SEUS NOMES EM SIMPLES REFERENDAS DE DECRETOS, OU EM OBSCUROS E BANAIS PANFLETOS NEGREIROS E ECONÔMICOS, JOSÉ BONIFÁCIO SOBRETUDO LIGOU O SEU DE UMA MANEIRA INDELÉVEL AOS ACONTECIMENTOS MAIS GRANDIOSOS DA NOSSA HISTÓRIA; NEM PARA PRIVÁ-LO DA PARTE GLORIOSA QUE NELA LHE COMPETE SERÁ ASSÁS PODEROSO ESSE OSTRACISMO PÓSTUMO A QUE O AUTOR O CONDENA, BANINDO DE SEU LIVRO O RETRATO VENERANDO DO PATRIARCA DA INDEPENDÊNCIA.”26
Esclareça-se, por necessário, que a economia colonial brasileira nasceu perifericamente vinculada ao centro dinâmico europeu do mercado capitalista em formação. Neste sentido, assim como o pau de tinta nativo dos trópicos brasílicos – Coesapinia Echinata – participou da revolução europeia do ciclo dos tecidos, tingindo-os, o algodão maranhense esteve conectado à expansão da indústria têxtil, em particular, em Manchester, Norte da Inglaterra. Segundo César Augusto Marques, o algodoeiro do Maranhão é de origem francesa, chegando a vara de pano a funcionar como moeda, com valor duplicado na praça de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, ensejando toda uma tensão entre os exportadores e a Inspetoria da Balança do Algodão, relativa ao pagamento de impostos. No ano emblemático de 1822, a vantagem da Inglaterra sobre Portugal era transparente quanto ao volume exportado, preço de frete por arroba e havendo ausência de quem sacasse para Lisboa, entregues os valores a ingleses, com destino à banca da Inglaterra, em autêntica vassalagem financeira. São essenciais as estatísticas ordenadas por César Augusto Marques27:
Antecedeu a César Augusto Marques, com similar percuciência, Raimundo José de Sousa Gaioso, argentino que pervagou o Brasil, a França, a Inglaterra e Portugal. O historiador da lavoura do Maranhão, com precisa concisão, realizou o seu magistério: “Tenho concluído a exposição das que são relativas a esta capitania. Resta agora mostrar quais são as que formão a sua principal exportação, e riqueza, e dessa analyse se verá igualmente o prodigioso aumento que tem tido os dous generos mais importantes da lavoura do paiz, isto he o arrôs, e algodão.”28 A vantagem do algodão de pluma e do arroz sucado, consignada pelo analista em questão, para o período de exportação compreendido entre 1805 a 1812,29 de alguma forma Raimundo José de Sousa Gaioso já vislumbrara em 1788, suplantando paneiros de goma, sacas de cacau, sacas de café, arrobas de cera, atanados, vaquetas, couros e toras de pau.30 Eis o quadro reinante no Maranhão ao final das séculos coloniais e perante as guerras independentistas, em uma província que, na prática, era um arraigado enclave português.
Na paisagem em pauta bruxuleou e tremeluziu a figura do Lord Thomas Cochrane, servido pelo título, desde 12 de outubro de 1823, de Marquês do Maranhão, falando à sombra do escudo protetor e plenipotenciário de Dom Pedro I, como Almirante da Armada Nacional e Imperial. As palavras de Luís Antônio Vieira da Silva não deixaram a menor dúvida quanto ao tamanho da outorga de Imperante, cumulada com a avocação do Conde de Dundonald, conjugando a mistura de ameaças típicas do exercício do poder real, com efetivas imposições do Poder Central: “A Junta via Lord Cócrane, munido de ordens do Imperador, fazer quanto queria e, em relação a ele, conservava-se como mera executora de suas ordens.”31 O combate a Lord Thomas Cochrane foi cerrado, a começar por João Antônio Garcia de Abranches, o Censor, advogado destemido das fileiras portuguesas, o qual terminou preso e deportado: “O redator do Censor sofreu a violência de ser preso no Forte da Ponta da Areia e deportado, por ordem do Presidente interino, para Lisboa, fazendo-se à vela no Brigue Aurora, que o conduziu no dia 3 de maio.”32 Todas as Juntas, fossem Administrativas ou Constitucionais, fossem Provisórias ou Permanentes, respondiam à vontade do Lord Thomas Cochrane, que revelou especial gosto pela Junta da Fazenda, com a qual negociou a “Explicação dos Fatos Relativos às Pretensões da Marinha às Propriedades da Coroa Portuguesa, Etc, Tomadas no Maranhão em Julho de 1823.”33 Era a guerra de pilhagem.
A personalidade cindida e multiforme do Lord Thomas Cochrane, posta a serviço do absolutismo autocrático de Dom Pedro I, conjugou duas ondas do agir histórico, deixando memórias desfavoráveis, desde a Adesão do Maranhão à Independência até ao combate à Confederação do Equador, em Pernambuco, esmagando as sementes do liberalismo radical em fermento no Brasil. Conformou-se na historiografia maranhense e brasileira certo consenso crítico em desfavor do 10° Conde de Dundonald. De Antônio Lopes: “A figura de Garcia de Abranches tem grande destaque na história da imprensa e da política do Maranhão, não só pelo seu talento e cultura, como pelo destemor no enfrentar a prepotência astuta e gananciosa de Lorde Cochrane, que se arvorou em senhor dos destinos da provincia.”34 De Mário Martins Meireles: “Enquanto o Exército Auxiliador, com seis mil homens que por tanto tempo sitiaram Caxias, exigiu, para pagamento dos soldados vencedores e dispersão da tropa, a importância de Rs. 204: 182$800, Cochrane teve o desplante de pretender o total de Rs. $424.196$500, que, como bom negociante, deixou por um quarto, em cinco prestações, dentro de um mês!”35 E de Carlos de Lima: “Tudo arrumado, conforme os seus desejos, ou ordens, tratou o almirante de pagar-se a si mesmo, e regiamente, pelo seu ‘incomensurável trabalho’, considerando como butim de guerra, não só as propriedades de portugueses, como a dívida pública principal, incluídas as dívidas de brasileiros a portugueses. E mais escravos, 2.970 arrobas de pólvora pertencentes à Fazenda Nacional (citando Mário Martins Meireles) e o que o dono legítimo não pudesse reclamar ante a voz convincente de seus canhões…”36 O escritor José Sarney, inequívoco profundo conhecedor da história maranhense, no sentido filosófico, pintou o mais radical dos retratos:
“TEMOS A TRADIÇÃO, NO MARANHÃO, DE CELEBRAR A INDEPENDÊNCIA NO DIA 28 DE JULHO. A EXPLICAÇÃO É QUE FOI NESSA DATA, EM 1823, QUE O ESTADO ADERIU AO NOVO IMPÉRIO, PELAS MÃOS DE LORD COCHRANE. O MARANHÃO QUERIA SER FIEL AO REINO DE PORTUGAL E CONTINUAR COLÔNIA. E AÍ, NUM GOLPE DE FILME DE CAPA E ESPADA, ESSE INGLÊS VEIO E NOS SALVOU OBRIGANDO-NOS A SER BRASIL.
PERMITAM-ME DISCORDAR. APESAR DO QUE COCHRANE FEZ AQUI — BOTOU A CIDADE A SAQUE — E DO MUITO MAL QUE DISSE DO BRASIL, DOM PEDRO DEU-LHE O TÍTULO DE MARQUÊS DO MARANHÃO. PASSEI AO LARGO DE SUA LÁPIDE NA ABADIA DE WESTMINSTER.
A HISTÓRIA É OUTRA, BEM OUTRA. AQUI NO MARANHÃO, EM 1821, CHEGOU A NOTÍCIA DAS CORTES CONSTITUCIONAIS PORTUGUESAS. O GOVERNADOR CAPITÃO BERNARDO SILVEIRA DA FONSECA SEGUIU O QUE PARECIA SER O PODER ESTABELECIDO — MAIS OU MENOS O QUE FEZ D. JOÃO VI. AFINAL, AS NOTÍCIAS CHEGAVAM DE LISBOA ANTES DAS REAÇÕES A ELAS CHEGAREM DO RIO. BERNARDO ERA BOM ADMINISTRADOR E ABRIU NOSSA PRIMEIRA TIPOGRAFIA — PARA ELOGIÁ-LO, NÃO ERA BESTA. O PADRE TEZINHO, UM DOS REDATORES DE O CONCILIADOR, FOI ELEITO DEPUTADO (CONTO BAIXINHO QUE, QUANDO CHEGOU LÁ, JÁ TINHA SIDO FECHADA A ASSEMBLEIA E ELE VOLTOU DANDO VIVAS AO IMPERADOR). EM MEADOS DE NOVEMBRO DE 1822 CHEGARAM AS NOTÍCIAS DA ADESÃO DE PARNAÍBA E DA CONCLUSÃO DAS CORTES. HOUVE ABAIXO-ASSINADO DE APOIO AO IMPERADOR — PELO MENOS ALGUÉM SE DEU AO TRABALHO DE ESCREVER AO JORNAL DIZENDO QUE NÃO TINHA ASSINADO EMBAIXO.
DE FORTALEZA VEIO MANUEL DE SOUSA MARTINS, FILHO DE D. BÁRBARA DE ALENCAR, DO CARIRI, E DE JOSÉ PEREIRA FILGUEIRAS. FORAM APOIADOS POR INÚMEROS MARANHENSES, MENOS ORGANIZADOS, MAS CONHECEDORES DOS LOCAIS. DO LADO DO GOVERNADOR, FUNCIONÁRIO MILITAR PORTUGUÊS, VEIO, DE OEIRAS, O FIDIÉ. AS TROPAS SE ENCONTRARAM EM CAMPO MAIOR, NO JENIPAPO. UM DE MEUS AVOENGOS PARTICIPOU DESSA BATALHA, SEGUNDO MEU AVÔ ASSUÉRO, E DEIXOU NA FAMÍLIA A MEMÓRIA DESSES MOMENTOS DE CORAGEM SIMPLES, DO DESAFIO DE PEITO ABERTO ÀS ARMAS PORTUGUESAS, DA ANSIEDADE DA PREPARAÇÃO DA BATALHA. O PORTUGUÊS GANHOU A BATALHA, MAS ALI PERDEU A GUERRA, POIS FICOU SEM O TREM DE MANTIMENTOS.
AS GUERRAS DA INDEPENDÊNCIA, COMO CONTA VIEIRA DA SILVA EM SUA HISTÓRIA DA INDEPENDÊNCIA, FIZERAM COM QUE, ANTES DE SÃO LUÍS, TUTÓIA E ITAPECURU ADERISSEM A UM BRASIL SEPARADO DE PORTUGAL. NÃO FOI FÁCIL. MAS, PARTINDO DE TODO O INTERIOR, NÓS, MARANHENSES, TOMAMOS PARTE NOS DIVERSOS ENCONTROS QUE SE SUCEDERAM. EM JUNHO, EM SÃO LUÍS, A JUNTA GOVERNATIVA SE RESOLVE PELO IMPÉRIO, MAS CHEGA GUARNIÇÃO PORTUGUESA, E ELA ENGOLE A ADESÃO.
ACONTECE ENTÃO O GOLPE DO PIRATA COCHRANE, QUE, COM UM SIMPLES NAVIO E UM PATACHO, TOMA A CIDADE E EXIGE SUA RENDIÇÃO. FAZ, ENTÃO, A ADESÃO DE 28 DE JULHO. MAS A GUERRA, JÁ PERTO DO FIM, CONTINUA. CERCADO EM CAXIAS, O FIDIÉ SE RENDE SÓ NO DIA 31 DE JULHO. ASSIM, O NOSSO PIRAJÁ, DE 2 DE JULHO NA BAHIA, É A CIDADE DE CAXIAS, 31 DE JULHO, COM A RENDIÇÃO DE FIDIÉ.
POR OUTRO LADO, AQUI NA CAPITAL, O PIRATA PIRATEOU. FEZ PRIMEIRO SAQUE AOS MARANHENSES E AO MARANHÃO: ASSUMIU AS PROPRIEDADES DOS PORTUGUESES NÃO RESIDENTES E ATÉ A DÍVIDA DOS BRASILEIROS COM OS PORTUGUESES AUSENTES. NO ANO SEGUINTE VOLTOU COM MAIS GOSTO, MENOS RISCO E MAIS CUPIDEZ, RASPOU TUDO, ATÉ ALIANÇAS. EXIGIU RESGATE, SAQUEOU A CIDADE E ZARPOU PARA A INGLATERRA.
E NÓS AQUI A COMEMORAR A ADESÃO REGIDA POR ESSE MERCENÁRIO EM VEZ DE HONRAR A VITÓRIA FEITA PELOS VALENTES, CEARENSES, PIAUIENSES E MARANHENSES, QUE ENFRENTARAM AS ARMAS PARA ASSEGURAR NOSSA INDEPENDÊNCIA!
31 DE JULHO: PARA MIM, ESTE É O DIA, ESTA É A DATA DOS FATOS A SEREM HONRADOS. ABAIXO O FERIADO DE 28 DE JULHO!”37
Esse Primeiro Almirante da Armada Nacional e Imperial, que comandou as enquadras de guerra nas lutas pela Independência do Chile, do Peru, da Grécia e do Brasil, ao último deixou um conselho: “O Brasil deve seguir o exemplo da Inglaterra, se aspira a ser respeitado e forte. É no mar que está o futuro deste grande Império.”38 Membro da nobreza falida, acusado de fraude à Bolsa de Valores, oficial expulso da Marinha de sua Majestade Britânica, deputado com mandato na Câmara dos Comuns cassado, condenado em processo criminal, prisioneiro, fugitivo e recapturado,39 Lord Thomas Cochrane encontrou em George Ermakoff o biógrafo que não deixou de consignar nos autos: “cometeu seu ato mais polêmico no Brasil: obrigou manu militari que a Junta do Maranhão lhe ressarcisse 106 contos de réis, parte do que ele havia confiscado dos portugueses por ocasião da libertação de São Luís e que emprestara à província, no ano anterior, para pagamento do soldos das tropas terrestres do Ceará e do Piauí.”40 Garantiu ainda o biógrafo: “No Brasil, em virtude de sua atuação libertadora, Cochrane recebeu de D. Pedro I o título de marquês do Maranhão. Os dois mantiveram um relacionamento cordial, a ponto de Cochrane homenageá-lo com o nome dado ao seu terceiro filho, nascido em 1824: Arthur Auckland Leopold Pedro Cochrane.”41 Estranho foi que Lord Thomas Cochrane houvesse recebido comunicado secreto da desavinda Imperatriz Leopoldina, de que não colocasse os pés na praia do Rio de Janeiro, sob pena de ser preso e ultrajado,42 se cabível a palavra, fugindo o nobre almirante, diretamente, do Maranhão para a Inglaterra,43 logo ele que, conforme carta estampada por Josué Montello, mandara presos do Maranhão e do Pará ao Rio de Janeiro…44
O padrão de conduta pessoal de Lord Thomas Cochrane, sem naturalizar a torpeza, não discrepa, quer do espírito da época, quer da política belicista da Coroa Britânica, de conquista, saque e tutela, sem limites. Da perspectiva teórica de Max Weber, pode-se estratificar a ação social do 10º Conde de Dundonald como racional em relação a fins, quanto à sua conduta estratégica vitoriosa nas batalhas navais; racional em relação a valores, desde que reduzidos aos militares, políticos e, sobretudo, financeiros; não-racional de natureza afetiva, desde que centrada no orgulho militar e na paixão típica do individualismo possessivo; e, finalmente, não-racional de vertente tradicional, reiterando, de maneira ampliada, usos e costumes referentes à conquista, ao butim e à dominação sem balizas. Nada melhor, neste específico sentido, do que comparar Lord Thomas Cochrane com seu patrono Dom Pedro I, esse fruto do absolutismo português, por si designado – ‘Toma a coroa, antes que algum aventureiro tome mão dela’ – para ser protagonista da ruptura continuísta do Brasil com Portugal. O jovem Imperador lusitano do Brasil decidiu ficar – ‘Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico!’ – para partir em busca das Quatro Coroas: a de Portugal, a do Brasil, a da Grécia e a da Espanha, escolhida uma, a do seu berço lusitano e europeu, garantida a sucessão no Brasil, com Dom Pedro II. Ambos – D. Pedro I e Lord Thomas Cochrane – que chegaram a compartilhar amante, ou seja, a francesa Amele Bonpland,45 como a ameaça de cárcere e humilhação evidencia, não poderiam permanecer unidos por muito tempo. Para o absolutista Dom Pedro I, à semelhança do Rei Luís XIV, o Estado era Ele. Quanto ao autocrata Lord Thomas Cochrane, o futuro do Estado era a Marinha Dele.
George Ermakoff inventariou a agenda de feitos louváveis de Lord Thomas Cochrane: a invenção do asfalto; a amplificação da utilidade do hidrocarboneto betume; e, entre outras coisas, a abertura de escolas para negros46. Modulando efeitos, talvez maior senso crítico exista na consideração de W. O. Stevens e A. Westcott, esculpido em termos cristalinos, a saber: “Cochrane pode ter tido tudo de almirante, bastante do corsário e algo do pirata; o que não padece de dúvida é que varreu de espanhóis o litoral sul-americano do Pacífico e de portugueses o litoral atlântico.”47 Sim, como uma personalidade cindida e contrastante, Lord Thomas Cochrane, humano, demasiado humano, foi a mão que vestiu a luva da dualidade, retratada por Luís de Camões:
“SONETO 171
Posto me tem Fortuna em tal estado,
E tanto a seus pés me tem rendido!
Não tenho que perder já, de perdido;
Não tenho que mudar já, de mudado.
Todo o bem pera mi(m) é acabado;
Daqui dou o viver já por vivido;
Que, aonde o mal é tão conhecido,
Também o viver mais será excusado.
Se me basta querer, a morte quero,
Que bem outra esperança não convém;
E curarei o mal com outro mal.
E, pois do bem tão pouco bem espero,
Já que o mal este só remédio tem,
Não me culpem em querer remédio tal.”48
Notas
1 MEREJKOVSKY, Dimitri. Napoleão. Belo Horizonte, Editora Garnier, 2006, 2ª orelha.
2 Consultar a respeito PLEKHÁNOV, G. Obras escolhidas. Moscovo, Edições Progresso, 1987, 392 p.
3 ANTÓNIO SÉRGIO. Breve interpretação da história de Portugal. Lisboa, Livraria Sá da Costa Editora, 1975, p. 6.
4 Id. Ibid., p. 11.
5 Id. Ibid., ps. 16 e 17.
6 Id. Ibid., ps. 30 e 31.
7 Id. Ibid., ps. 32 e 33.
8 Id. Ibid., p. 32.
9 Id. Ibid., p. 35.
10 Id. Ibid., ps. 44, 45, 55, 56 e 57.
11 Id. Ibid., p. 54.
12 CROWLEY, Roger. Os conquistadores: como Portugal forjou o primeiro império global. São Paulo, Planeta, 2016, ps. 10 e 11.
13 Id. Ibid., ps. 12 e 13.
14 PERES, Damião. História dos descobrimentos portugueses. Porto, Portucalense Editora, 1943, p. 475 e ss.
15 CAMÕES, Luís de. “Os Lusíadas.” In: Obra completa. Rio de Janeiro – GB, Companhia Aguilar Editora, 1963, p. 166.
16 Consultar a respeito URE, Jonh. Dom Henrique, o navegador. Brasília, Editora da Universidade de Brasília, 1985, 164 p.
17 ANTÓNIO SÉRGIO. Breve interpretação da história de Portugal. Lisboa, Livraria Sá da Costa Editora, 1975, p. 35.
18 CAMÕES, Luís de. “Os Lusíadas.” In: Obra completa. Rio de Janeiro – GB, Companhia Aguilar Editora, 1963, p. 262.
19 JOHNSON, Hugh. A história do vinho. São Paulo, Companhia das Letras, 1999, p. 182 e ss.
20 HILL, Christopher. O eleito de Deus: Oliver Cromwell e a revolução inglesa. São Paulo, 1988, p. 244.
21 STEVENS, W. O. et WESTCOTT, A. História do poderio marítimo. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1958, p. 193.
22 Id. Ibid., p. 193.
23 Consultar a respeito GOMES, Laurentino. Escravidão. Rio de Janeiro, Globo Livros, 2019: 2021: 2022, 3 v., 1581 p.
24 Consultar a respeito RANGEL, Ignácio. Economia brasileira contemporânea. São Paulo. Editora Bienal, 1987, 216 p.
25 Consultar a respeito FREYRE, Gilberto. Ingleses no Brasil: aspectos da influência britânica sobre a vida, a paisagem e a cultura do Brasil. Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora: Brasília, MEC-INL, 1977, 307 p.
26 LISBOA, João Francisco. Crônica do Brasil colonial: apontamentos para a história do Maranhão. Petrópolis, Vozes: Brasília, INL, 1976, p. 594.
27 MARQUES, César Augusto. Dicionário histórico-geográfico da província do Maranhão. Rio de Janeiro, Cia Editora Fon-Fon e Seleta, 1970, ps. 75 a 79 e 207 a 211.
28 GAIOSO, Raimundo José de Sousa. Compêndio histórico-político dos princípios da lavoura do Maranhão. Rio de Janeiro, Livros do Mundo Inteiro, 1970, p. 218.
29 Id. Ibid., p. 220.
30 Id. Ibid., p. 359.
31 VIEIRA DA SILVA, Luís Antônio. História da independência da província do Maranhão: 1822 – 1828. Rio de Janeiro, Companhia Editora Americana, 1972, ps. 112 e 187.
32 Id. Ibid., p. 327.
33 Id. Ibid., p. 338.
34 LOPES, Antônio. História da Imprensa no Maranhão. Rio de Janeiro, DASP – Serviço de Documentação, 1959, p. 56.
35 MEIRELES, Mário M. História do Maranhão. São Paulo, Editora Siciliano, 2001, p. 214.
36 LIMA, Carlos de. História do Maranhão. Brasília, Senado Federal, 1981, p. 132.
37 SARNEY, José. “A data certa”. In: A coluna do Sarney. Brasília, ISESPE, 1 de agosto de 2022, josesarney.org.
38 CAMINHA, João Carlos Vice-Almirante. História marítima. Rio de Janeiro, Biblioteca do Exército, 1980, contracapa.
39 ERMAKOFF, George. Lorde Thomas Cochrane: um guerreiro escocês a serviço da independência do Brasil. Rio de Janeiro, G. Ermakoff Casa Editorial, 2021, ps 9, 10, 11 e 12.
40 Id. Ibid., p. 13.
41 Id. Ibid., p. 12.
42 Id. Ibid., p. 7.
43 Id. Ibid., p. 7.
44 MONTELLO, Josué (Direção). História da independência do Brasil. Rio de Janeiro, Companhia Gráfica Lux, 1972, p. 215.
45 BUENO, Eduardo. Lorde Cochrane, o inacreditável pirata da independência. YouTube, 2021.
46 ERMAKOFF, George. Lorde Thomas Cochrane: um guerreiro escocês a serviço da independência do Brasil. Rio de Janeiro, G. Ermakoff Casa Editorial, 2021, ps. 602 e ss.
47 STEVENS, W. O. et WESTCOTT, A. História do poderio marítimo. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1958, p. 482.
48 CAMÕES, Luís de. “Os Lusíadas.” In: Obra completa. Rio de Janeiro – GB, Companhia Aguilar Editora, 1963, p. 546.
Rossini Corrêa: Advogado, Escritor e Filósofo do Direito, com mais de40 livros publicados, entreos quais se destacam: Saber Direito-Tratado de Filosofia Jurídica; Jusfilosofia de Deus; Crítica da Razão Legal; Bacharel, Bacharéis: Graça Aranha, discípulo de Tobias e companheiro de Nabuco; Teoria da Justiça no Antigo Testamento; José Américo, o Jurista; Política Externa Independente: contribuição crítica à história da diplomacia nacional; O Liberalismo no Brasil: José Américo em perspectiva; Brasil Essencial: para conhecer o país em cinco minutos; O Bloco Bolivariano e a Globalização da Solidariedade: bases para um contrato social universalista; e Romeu e Julieta no Brasil. É membro titular do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal – IHGDF. Pertence à Academia Brasiliense de Letras – ABrL e à Academia Maranhense de Letras – AML. É Patrono da Cátedra Gonçalves Dias, da SVT Faculdade de Ensino Superior e foi Coordenador da Cátedra Daisaku Ikeda, do Centro Universitário de Goiás-Uni-Anhanguera.