(Dedicado a G. K. Chesterton)
Adventício
A
suspensão inquebrantável
– Palavra dourada –
dissolve reis estranhos num mundo distante
e passos pastoris nas montanhas
sem
árvores
invertidas
Como se
personificação do próprio Homem
alegoria de revolucionário Céu
emergisse do telúrico lapedo
para animar partículas temerárias.
Lugar
Procuro o meu passado
do amanhã
sinal que lá terei estado.
Há muita coisa que não faço questão,
por agora.
Cosmos
No lugar onde nascem as estrelas, somos todos corações periféricos.
Flores para L.
Não emprestes viço aos mortos
meu amor!
Cuida dos canteiros
Para que as flores não murchem
desiludidas com o tempo,
longe da beleza dos quadros de Van Gogh.
Paulo Osório da Silva Landeck nasceu em 78. Vagabundo do mar, boémio, amigo…por vezes asceta…tímido e extrovertido, filho de Deus e do Diabo. Nasceu próximo do Moinho de Maré de Alhos Vedros (Moita). Cresceu no Vale da Amoreira, irrequieto ambiente multicultural da margem sul do Tejo. Fez-se ao cais para soltar amarras.
Viveu e trabalhou em diversos lugares que o marcaram de forma muito intensa: Portalegre, Madeira, Peniche, Londres, Cornualha, País-de-Gales, Porto, Açores, Trás-os-Montes, Terra Nova, Noruega, Escócia, Figueira da Foz, São Pedro de Moel, Croácia, Cartagena (Espanha), Faro, ou Lisboa.
Observador de espécies marinhas; marinheiro; guia; ser humano incompleto e insatisfeito; sonhador profissional. Andou às voltas debaixo e à tona de água (em lazer e trabalho). Embarcou sobretudo em contexto científico. Sentiu-se forçado a escrever na areia da praia, antecipando incertezas da enchente.