(palestra do X Colóquio Luso-Galaico sobre saudade, a 25-09-2024)
Na Ilha dos Amores nos encontramos com a “Aventura dupla mitológica da Transformação da humanidade” – Aquela transformação exterior da Sociedade – e, por sua vez, transformação interior do ser humano – Ambas interligadas: por não existir transformação coletiva sem transformação individual e vice-versa.
O caminho exterior e interior estão profundamente interligados: quanto mais o herói se adentrar na sua aventura externa, mais profundo terá que encontrar-se nos seu mundos internos. Quanto mais duras as provações, mais o herói terá que estar livre das suas sombras psicológicas e mais preparado para afrontar os desafios. No caminho o herói se transforma e nessa transformação – transforma o mundo.
Essas duas transformações se conseguem por meio do esforço (que conleva perseverança, confiança e fé); por meio da virtude (que traz consigo a ética, retidão e alinhamento das sociedades dentro de uma humana lei justa e equitativa); assim como do entendimento ou bom discernimento.
Nas duas primeiras no esforço e na virtude – a vontade espiritual superior se impõe ao estímulos inferiores dos instintos, que são atraídos pelos estímulos materiais – apegados à sobrevivência e desfrute dos prazeres mundanos efémeros.
Este episódio nos lembra aquelas “máximas do egípcio Phathotep” vizir do rei Tanquerés da V Dinastia (2414-2375 a.C) onde o caminho do luminoso coração (que conduz à redenção) se sobrepõe ao caminho obscuro do ventre (que se afunda na perdição).
Por meio deste sacrifício – esforço titânico – o herói se liberta das “cadeias da escravidão” obtendo a verdadeira “Glória” que sempre é espiritual ou transcendente – na procura do eterno e no abandono voluntário de apegar-se ao que é efémero – sujeito à morte – dissolução – corrosão, sempre suscetível de corromper-se.
Bianca Morganti em “A mitologia n`Os Lusíadas” faz a seguinte análise: “O herói aparece vestido do próprio esforço, da justa virtude e do claro entendido, promovido pela longa experiência. (…) Mediante a virtude, Camões situa os seus heróis sob o império superior de uma lei, pois submete a grandeza dos seus esforços à fiel observância de uma lei divina, e de outra humana. (…) Mediante o entendimento, o herói poderá discernir o caminho reto que vai levar a sua viagem ao bom porto, juntamente com aquele sintetizado num ideal cognitivo próprio do humanismo: o engenho”
A Ilha dos Amores no canto IX d´Os Lusíadas de Camões – lembra a ilha primordial onde por primeira vez pousa o pé Afrodita Urânia – após Cronos ter cortado os genitais a Úrano – aquela parte do Deus que continha as sementes da geração. O membro mutilado vai cair ao mar – estalando numa espuma da qual surge a Deusa da Sabedoria – nascida desta onda criadora.
Lembramos também, nestas passagens, as “Ilhas afortunadas” do jardim do Éden – ou lenda das 7 cidades – mesmo que estas ilhas fossem localizadas no oceano Atlântico, a partir do século XV em várias cartas de navegação (como o mapa da Biblioteca de Weimar de 1424, o Atlas de Andrea Bianco de 1448 ou o mapa de Paolo Toscanelli de 1468) – e mesmo que Colombo batizasse as ilhas das Caraíbas como Antilhas – o ideal mitológico, que se oculta por trás das mesmas, enlaça perfeitamente com a “Ilha dos Amores” de Camões, situada nos mares orientais…
Lembra a famosa “Ilha das Antilias” onde o poeta Hesíodo situava os “Campos Elísios” – onde os “heróis virtuosos” tinham a sua morada, após a morte.
Assim que no entendimento o “herói camoniano” já conquistada a virtude pelo esforço, terá adquirido a capacidade superior para discernir, no meio das dificuldades próprias de todo caminho por terra ou mar, o rumo certo que conduz ao elevado porto – Esse novo “porto” traz à consciência individual e coletiva um novo ideal regenerador (que carrega consigo a síntese dos velhos ideais libertadores) esta vez irradiando em seu seio a perceção mais elevada do humanismo renascentista, próprio da sua época.
A ilha dos Amores – supõe o prémio, o necessário obséquio, obtido pelos valorosos homens que não pouparam o risco e destemidos afrontaram a rota da “incerteza” – rumando para o Oriente – o lugar do nascer do sol – O sol central, ao redor do qual giram os planetas – O centro que ordena e orienta.
A “ilha mítica” aparelhada nas entradas do profundo Oceano – lembra as outras ilhas mitológicas – reservadas aos heróis valorosos: lembra a ilha Afortunada dos celtas – Avalon – das belas maçãs e – das colheitas fartas e abundantes – A ilha onde as 9 irmãs de Morgana, em função de sacerdotisas guardam o caldeirão do renascimento capaz de curar todos os males. Precisamente são estas mesmas sacerdotisas, irmãs de Morgana, as que evocam as brumas que permitem a entrada na ilha encantada.
Assim, a ilha mítica guarda os segredos da verdadeira cura (o feminino umbigo – útero – taça resguarda) e suas guardiãs (na Ilha dos Amores as sedutoras Nereidas, irmãs de Tetis) na função sacerdotal conhecem a cura mágica de todos os males, aquela que chega após o renascimento: com a morte para o material se renasce ao espiritual – como o Cristo crucificado.
Aqui, nesta ilha de Camões os jogos amorosos das Nereidas – estão preparando através desse amor elevado os heróis premiados para sua final transformação – em seres luminosos, que possam marcar o caminho para uma nova humanidade.
Vasco da Gama conduzido por Tétis ao topo do monte “alto e divino” pode ver a máquina do mundo, de cristal e ouro puro. Cristal da transparência – daquele que já não tem sombra que ocultar – o ouro puro da pedra filosofal alquímica – daqueles que transformaram seu pó apegado à matéria no brilho espiritual do ouro verdadeiro.
Através desta “máquina do mundo”, Tetis pode predizer os feitos valorosos, que ao povo português vão trazer aquela fama que não esmorece – e dizer a fama da glória não convencional – o aspeto superior de Cléo, que deriva do “Kelio” grego – e dizer a “glória como revelação superior”.
Lembra-nos a ilha do Eterno – do poema épico de Gilgamesh – herói ⅓ humano e ⅔ divino, que procura a mesma ilha para encontrar a verdadeira Glória Transcendente – uma vez abandonada a gloria material, daquele que sonhava “gravar seu nome na pedra”.
Aqui, os heróis lusitanos que rumam à “ilha dos Amores” – já transcenderam àquela ideia da glória mundana, aspeto obscuro do Cléo – que certos heróis gregos procuravam – como “Aquiles” na “Iliada” – aquele herói que procura ser cantado e lembrado, pelas gerações futuras, pela sua batalha em combate, pela obtenção da conquista material, dentro de uma aventura fadada pela dor – não ressarcida pela obteção do território (Daquelas feridas Enéas, nos 12 livros da “Eneida” fará sua “odisseia particular” desde a derrota e fuga de Troia ate chegar a Itália, para fundar a cidade de Roma – futuro centro geográfico do mundo).
Obcecado pela personagem de Aquiles, Alexandre Magno vai realizar uma façanha muito superior à do herói mítico. Mais, a história nos fala do seu decair, na trama do sonho da “glória material” – no entanto seu arquétipo, inserido na etimologia de seu nome “protetor dos povos” vai inspirar futuros buscadores da luz – desse arquétipo bebem também os heróis navegantes de Camões – no seu aspeto mais brilhante, luminoso, próprio do solar resplendor duma divindade apolínea.
O racional e lógico Apolo contraposto aqui ao caótico Dionísio, segundo a peculiar visão do filosofo alemão Friedrich Nietzsche, no seu estudo “O nascimento da tragédia desde o espírito da música”, muito posterior à epopeia de Camões. Mas esses rasgos contrapostos da beleza elevada racional – supostamente representada por Apolo; e a decadência desatada sensual – supostamente representada por Dionísio – aqui estão pelo herói português luminoso em combate – contra os embates do monstro marítimo sombrio – bem especificados.
A “Glória” que procuram os lusitanos não é a material – no individual – nem no coletivo. Não procuram ouro e fama “efémera” para si – nem fundar um Império para submeter outros povos… Os heróis navegantes de Camões são visionados como novos argonautas, na procura de um novo mítico e espiritual “tosão de ouro” – noutra “estreita” passagem da Europa para a Ásia -atravessando o novo Helesponto: o Cabo da Boa Esperança.
Precisamente esse atravessar o Cabo da Boa Esperança, após vencer o mar bravo – sombrio – permite aos novos e brilhantes argonautas solares aquele aportar, chegar à nova Cólquida das Índias Orientais – Abrindo o caminho para a transição do poder das rotas terrestres ao novo poder das rotas marítimas, que aos efeitos práticos históricos situará a Europa no comando do mundo – uma vez os espanhóis abriam as rotas para o Ocidente.
Permitindo a rede de poder europeu – infiltrar outras áreas – e consolidar-se, com o tempo – como centro material do Orbe – Mas essa não é a viagem dos argonautas camonianos, se não o resultado prático daqueles esforços. No entanto, existe além dessa realização uma todavia mais sublima ainda por ser conhecida – tornar-se luz: MANIFESTAR-SE.
Eis aqui que o significado oculto da passagem – o dobrar o Cabo da Boa Esperança – tem a ver com esse “limiar de águas” em que o herói abandona o caminho da perdição dionisíaco, do naufrágio de si mesmo – para aprofundar no caminho da salvação apolínea (para sua salvação pessoal e a salvação da humanidade) – Aquele profundo navegar na procura da transformação da mesma alma individual e da coletiva “Alma Mundo”.
A viagem de Camões nos Lusíadas é uma viagem iniciática dos navegantes que se transformam a si mesmos e abrem as portas da transformação do mundo – A viagem também é uma guia “ética” carregada das virtudes que o novo modelo de mundo – pode trazer a nova humanidade – Assim como, a mesma trajetória marítima, encobre a missão oculta do povo português, que tem a ver com este “Glorioso” e transformador destino.
A procura desta ilha aparelhada nas entradas do profundo oceano – nos traz à tona – a ideia da busca nas profundidades de nós mesmos – naquela profundeza dentro do mar interior – onde Gilgamesh teve de mergulhar para poder extrair, no mais profundo do marítimo abismo, a planta da eternidade – Planta que, mesmo obtida, nunca deve ser desentendida – pois um pequeno descuido permite a serpente marinha que representa o instinto inferior – obscuro – roubar-nos aquela essência – raiz – Daí ser tão importante a atenção às tarefas presentes, mesmo visando as mesmas adiantar o futuro. A viagem dos Lusíadas é certamente um avanço cara a esses luminosos futuro.
A procura da ilha dos Amores, afirma aqui, a procura do imaculado brilho – a ascensão a Glória Elevada espiritual – Navegação, viagem interior de transformação profunda – para subtilizar a sombra densa que permanece atrasando no “cárcere do presente” a evolução futura da humanidade.
A procura da Ilha dos Amores – em nós – forma parte do mito das ilhas que aparecem e desaparecem na bruma a cada 7 anos. Cobertas de brêtema, somente são acessíveis aos seres preparados para se transformar, como no mito egípcio do “conto do náufrago” – Aquele desorientado ser que a chega a ilha do Ká ou do Espírito, após naufragar ou perder-se (referência ao abandono do caminho material) e ter necessidade de novo de encontrar-se (referência à busca de um novo estímulo para viver – agora desprovido de apego – na procura duma nova vida – duma vida eterna).
O caminho da Descoberta das novas rotas de navegação e o encontro da Ilha dos Amores – bebe do pouso espiritual do encontro destas “ilhas mágicas” – como a que visitou São Brandão, no texto escrito na Irlanda, no século VII do “Nauigatio Sancti Brendani” (Viagem de São Brandão) à Terra Prometida dos Santos.
A procura da ilha dos Amores – em nós – nos convida precisamente a chegar à Terra Prometida, Santificada – Aquele local simbólico – que teremos alcançado – uma vez pelo esforço conquistado o amor em nós. Obtenção da Glória de Héracles – O Hércules Coroado pela perseverança, confiança, aceitação da dor. Pela luta para encontrar a raiz dessa dor e removê-la. Podendo, deste jeito, acessar a paz interior – Sendo essa profunda paz o prémio espiritual daqueles que escolheram o caminho da vida – transcendente – e das riquezas do espírito – deixando de um lado o caminho da morte – efémero – e das conquistas ou riquezas materiais intranscendentes.
A procura da ilha dos Amores – em nós – é o caminho do sublime esforço do humano evoluído – por ultrapassar o medo atávico ou ancestral, a não sobrevivência. Temor, terror, que nos apega a construir o poder material que garante a subsistência e uma vez obtido – viver cegado por conseguir aquele outro poder – de impor. Dominar aos outros, para não ter que sofrer imposição dos mais fortes e melhor adaptados.
A busca do mergulho interior – para achar a ilha dos Amores em nós – desiste do caminho habilidoso de obter o poder predador – sem importar os meios. Esse poder cego – que cega os homens e os perverte – mesmo fazendo-os abandonar os mínimos preceitos éticos.
A Ilha dos Amores somente pode chegar a ser o ser que se tornou apreciador da bondade, abundância natural e da mesma natureza. Assim como da natureza humana superior que procura elevar-se, auto-aperfeiçoar-se.
Essa ilha aparelhada na entrada do profundo oceano – lembra aquele ponto Imóvel, anterior ao primeiro movimento. Ponto fixo ilimitado – arredor do qual tudo se move – Simbolismo do que falava Nicolau de Cusa (no século XV) – ponto de contacto que permite a unidade dentro da pluralidade. Aquele ponto do que precisamente emanava o movimento inicial “Primium Mobile”, que fez surgir os mundos. Essa simbologia nos lembra aquela Coroa cabalista de Kether – ponte – entre o Infinito Ilimitado Espiritual – e o início da formação dos mundos materiais – que finalmente cristalizam na esfera densa física de Malkuth – o material reino.
E a ilha dos Amores – que apresenta subtilmente o encontro com os prazeres mais sublimes, reservados precisamente para aqueles verdadeiros “heróis” de todos os tempos, que abandonando seu conforto material, desprendendo-se de seu medo a não sobrevivência, realizam a épica aguerrida de pôr em risco a própria vida (destemidos da morte) na procura do ideal mais elevado – de trazer à terra – para bênção, benefício de outros seres humanos, a possibilidade de alcançar também a dádiva da Luz. A conquista da suprema “paz interior” – obtida ao empreender o caminho elevado do céu – que permite, no esforço coletivo de um povo (neste caso, o português) irradiar um novo foco civilizacional – que possa um novo brilho solar dar a “uma Nova Era de Ouro” – E essa vai ser a missão dos povos irmãos lusitanos, na sua peculiar e marítima epopeia.
A procura da ilha dos Amores – em nós – nos faz fortes espiritual e fisicamente para afrontar quaisquer tipos de desafio – Nos transmite o valor dos destemidos – a certeza de sempre ser possível conquistar, dentro de nós, o poder de superar a dor – Ultrapassar o sofrimento pelo esforço, seguindo aquela senda do meio que o Budha marcou – no seu “caminho óctuplo” – a via clara para superar a persistente dor (sendo antes conscientes do existir a mesma).
A procura da ilha dos Amores – em nós – não pode ser realizada sem aquele caminho do meio do Budha – complementar com aquele outro do “Amor Incondicional” do Cristo Redentor do mundo. Esse amor que somente pode ser realizado vencendo o medo à morte – o apego à sobrevivência material – que levanta divisão – desconfiança – dos outros nossos irmãos, que passam a ser visionados como inimigos.
A procura “utópica” da Ilha dos Amores – em nós – está ligada à procura “utópica” da Nova Cameloth (do rei Artur – e seus 12 cavaleiros) – Reino ou sociedade da Justiça (que já sonhara Platão na sua República, depois Campanella na sua “Cidade do Sol” ou Tomas Moro na sua “Útopia – entre muitos homens e mulheres que aproximaram seu foco de luz à penumbra ainda reinante na mente da humanidade) – Esse reino da instauração da Jerusalém terrestre – em harmonia com aquela sonhada cidade perfeita – do reino divino – ou Jerusalém celeste.
Representação simbólica do ideal da fraternidade humana, que tem no Palácio de Mafra em Portugal – uma viva imagem arquitetónica – com entrada no mesmo pelo caminho do meio das 12 do meio dia…
Essa utopia – como horizonte – aparenta afastar-se de nós, no individual e no coletivo, quanto mais caminhamos em sua procura – Mas sem essa utopia – sem esse caminhar rumo ao horizonte – não haveria evolução: humana navegação – caminhos individuais, por terra e mar, na procura de encontrar-se. Unir-se dentro do coração, pois como bem expressava o poeta afegão Rumi, num dos seus mais belos poemas: “a beleza do coração é a beleza verdadeira”.
Esse é o caminho à procura da Ilha dos Amores – o caminho do coração. Essa via de acesso – em nós – lembra o “caminho do herói” magnificamente estudado por Joseph Campbell – A narrativa literária de todos os tempos segue esse rumo, essa corrente do rio na procura de seu diluir-se no mar – A busca do nosso “ser verdadeiro” que, no relato de Perceval, de Chrétien de Troyes – é a busca salvadora da Taça do Graal – que permite a sede do peregrino saciar – na Ilha da Imortalidade.
Leão Tolstoi – nos ensinou no seu “Reino de Deus está dentro de nós” que esta procura – dessa encantada “Ilha dos Amores” em nós – começa pela transformação ética e a luta por um mundo onde esta ética – seja lei – reitora da justiça social, que permita a beleza da arte florescer e a bondade prevalecer frente ao embate da barbárie.
Camões nos legou uma outra forma de aceder àquele “sonho primordial” da individualidade, ligada ao transformador “sonho coletivo” de toda a humanidade – E esse sonho é motivador, ainda nos dias de hoje, para não perder essa mesma humanidade a necessária esperança de acreditar – a fraternidade ainda ser possível. E de nosso esforço por procurar na nossa ilha interior esse amor, vai depender manter nossa individual e coletiva esperança, e com ela toda verdadeira mudança.
Fernão de Noronha – por sua parte – associou o Brasil à lenda das “ilhas Afortunadas” ligando-o ao mito celta da ilha de Hy Brazil que está ligado, por sua vez, também à lenda irlandesa de São Brandão (que já, neste texto, comentamos).
Lembremos que na cartografia medieval europeia a ilha Brazil está ligada também à lenda das 7 cidades e das ilhas afortunadas.
Ainda no dia de hoje a península do Monte Brasil localiza-se na freguesia da Sé, perto da cidade de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, do arquipélago das Açores.
E, aqui nos cabe perguntar de forma fantasiosa, “retórica” e criativa, se nesta narrativa poética de sublime e virginal visão da “ilha dos amores” – estaria velando Camões o futuro promissório da humanidade?– A chegada de um novo centro material – para realizar a árdua missão de, após muitos milénios de forçados trabalhos, poder erguer nas terras do Brasil um novo centro civilizacional (Espiritual e material, futuro) – para melhor caminhar em procura daquela anelada “fraternidade”?
Artur Alonso: escritor com vários livros editados de teatro, poesia, ensaio e romance… Ex diretor do Instituto Galego de Estudos Internacionais e da Paz. Ex secretario do Instituto Galego de Estudos Celtas. Membro do Conselho Consultivo do Movimento Internacional Lusófono. Membro de Honra da Associação de Escritores.Mocambicanos na diáspora. Membro do Conselho de Redação da Revista Identidades, etc.